Mudam-se as eleições, adaptam-se as letras. Pelo menos foi assim que Zé Barbosa, um conhecido cantor das hostes socialistas, fez esta manhã em Angeiras, uma zona piscatória de Matosinhos e um bastião socialista, paragem habitual em período eleitoral.
A cabeça de lista socialista às eleições europeias, Marta Temido, vinha embalada por uma receção calorosa na Feira da Senhora da Hora e quando chegou a Angeiras voltou a sentir-se a força que o PS tem naquele local.
Foi à porta do pequeno, mas atarefado mercado local, que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, se juntou à campanha, onde foram recebidos por música e acabaram a dar uns passos de dança.
Mas o momento musical mais alto do dia foi quando o já conhecido Zé Barbosa, com umas colunas e o seu microfone azul, protagonizou um momento que captou atenções.
O cantor começou por a agradecer a Temido o trabalho durante a pandemia e prometeu à candidata “um miminho”, que recebeu também um ramo de rosas.
“Vou tocar como um hino de agradecimento de todos os portugueses por aquilo que fez. Chama-se Marta Temido”, anunciou.
Após disparar no seu aparelho de música os ritmos eletrónicos que serviram de fundo às suas rimas, Zé Barbosa cantou um “obrigada pelo que fez na época da pandemia” porque “a senhora foi heroína a tratar dos portugueses”.
“Marta Temido, a senhora das ideias. Não há dúvida, minha senhora, vai ganhar as europeias. Estive a ver a televisão e estive a ver os debates. Apareceu um candidato que só dizia disparates”, cantarolou, perante as gargalhadas dos presentes.
A candidata socialista já tinha confidenciado que tinha gostado muito do 'hit' das legislativas, o “boa sorte”, que ficou na memória e nos ouvidos de quem acompanhou a caravana socialista para as eleições de 10 de março.
Perante um Pedro Nuno visivelmente animado, Zé Barbosa adaptou a letra para fazer referências a Temido, a Francisco Assis e até a Ana Catarina Mendes, que se juntou mais tarde.
Mas o músico nunca cantou sozinho porque o refrão era bem conhecido de todos – “boa sorte, boa sorte, eu te desejo de todo o coração” – tendo desafiado Pedro Nuno, Marta Temido e até Francisco Assis para cantarem ao microfone, o que fizeram com mais ou menos à vontade.
Depois deste longo momento musical, a caravana seguiu para o interior apinhado do mercado, que foi pequeno para toda a confusão que se gerou.
Paragem concluída e o destino final em Angeiras era à beira-mar, para um almoço popular que juntou toda a comitiva e que tinha como “prato principal” a presença do candidato dos Socialistas Europeus, Nicolas Schimdt, que esta tarde discursa no evento da Alfândega do Porto.
O luxemburguês chegou já o almoço decorria, mas não deixou de cumprimentar toda a gente antes de se sentar, tendo-se aventurado num “viva o PS”, em português após ser recebido por um aplauso de uma esplanada onde o sol não deu tréguas.
O dia tinha começado na Feira da Senhora da Hora, onde Temido foi esperada por Francisco Assis, o número dois da lista e um vendedor ambulante mais efusivo.
"O PS vai trazer povo para a gente vender mais. Obrigada, PS!", gritava Júlio Grilo ao microfone, na esperança de "vender mais umas t-shirts".
Ao sexto dia de campanha, um mar de gente tentou chegar à antiga ministra da Saúde, ora para a cumprimentar, tirar uma selfie ou agradecer.
"É uma senhora que admiro muito. É muito forte e devia haver muitas assim", atirou uma mulher ao abraçar Temido.
Os agradecimentos pelo trabalho durante a pandemia foram-se sucedendo, tendo sido apelidada de “grande guerreira”.
Pelo meio, um senhor reclamou da comunicação social por alegadamente favorecer a extrema-direita, o que levou Francisco Assis a intervir.
"Nós é que temos de combater a extrema-direita", afirmou.
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