"Nos últimos 50 anos, o foco no aumento do rendimento das colheitas e na melhoria das práticas de produção contribuíram para a redução da fome, para o aumento da expectativa de vida, queda nas taxas de mortalidade infantil e redução da pobreza global", afirmou Mariana Dias Simpson.
A responsável, que falava hoje em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, durante a sessão de abertura do V Fórum Mundial de Inovação Rural, adiantou que esses benefícios para a saúde, estão a ser compensados por dietas pouco saudáveis que são ricas em calorias vazias e em alimentos altamente processados e pouco sustentáveis, onde houve uma rutura muito grande na relação daquilo que se produz com o que se consome, traduzindo-se num alto custo para o planeta.
"A transição para sistemas alimentares sustentáveis passa pela proteção e melhoria dos meios de vida rurais, com a valorização da agricultura familiar, a equidade e bem-estar social das populações rurais e urbanas, proteção conservação e melhoria da eficiência dos recursos naturais", defendeu.
A responsável da FAO realçou que, atualmente, parte significativa da população está malnutrida e os limites da natureza estão a ser ultrapassados, em grande parte, devido ao modo como estamos a produzir os alimentos.
“Uma transformação global do sistema alimentar é urgentemente necessário para que os objetivos do desenvolvimento sustentável possam ser atingidos. É a partir dessa premissa que estamos aqui hoje reunidos neste fórum internacional ", disse.
Já Aguinaldo David, do Mecanismo da Sociedade Civil do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CONSAN-CPLP), disse que a realização deste fórum traduz-se num momento de partilha de experiências e de capacitação em temáticas que fazem parte da agenda prioritária de trabalhos deste organismo.
O responsável sublinhou ainda que as últimas décadas têm-se caracterizado por ganhos rápidos de produtividade e de modernização do campo, nomeadamente, na agricultura intensiva, através de um modelo de desenvolvimento rural, cada vez mais distante das práticas locais e dos valores territoriais regionais.
"Esperamos que este intercâmbio de conhecimento e de boas práticas venha a constituir, sobremaneira, a concretização da máxima pensar global e agir local", concluiu.
O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, realçou a importância deste evento onde se está a abordar a questão da sustentabilidade.
"Somos pequenos como é Idanha-a-Nova, mas todos nós temos um papel importante para fazer um mundo melhor. Podemos ter um papel importante para melhorar o mundo e as preocupações que todos temos", concluiu.
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