Donald Trump, vencedor das eleições presidenciais do passado dia 08 de novembro, será empossado a 20 de janeiro, numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington.
“O embaixador Sherman iria sempre partir depois das eleições, independentemente dos resultados eleitorais”, afirmou a fonte da embaixada norte-americana, precisando que todas as novas administrações pedem aos embaixadores políticos, aqueles que não são diplomatas de carreira, para saírem.
“Ocasionalmente, uma exceção pode ser feita, mas a norma é que os embaixadores políticos partam, dando espaço para que a nova administração nomeie os seus embaixadores. O embaixador Sherman partirá de Lisboa a 20 de janeiro de 2017″, disse a mesma fonte, acrescentando que o representante diplomático tem várias iniciativas previstas até à data de partida, como uma deslocação ao Porto e a participação num almoço promovido pela Associação de Amizade Portugal – EUA, em conjunto com a Câmara de Comércio Americana em Portugal e o American Club.
Advogado de formação e de carreira, Robert Sherman foi nomeado pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, como embaixador dos Estados Unidos em Lisboa em julho de 2013.
Um ano depois, e após a sua nomeação ser aprovada pela comissão de Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano (câmara alta do Congresso norte-americano), Robert Sherman apresentou credenciais, em finais de maio de 2014, ao então Presidente Cavaco Silva.
Tal como os seus antecessores em Lisboa nas últimas duas décadas, Robert A. Sherman é um embaixador político e não um diplomata de carreira.
Licenciado em Direito pela Universidade de Boston, Sherman foi um dos fundadores do escritório de advogados Greenberg Traurig (em Boston), onde exerceu desde 1999, e foi procurador-geral adjunto do estado do Massachussets entre 1991 e 1993.
Em janeiro de 2013, o advogado integrou o Conselho do Memorial do Holocausto, organismo que dirige o museu Memorial do Holocausto.
A sua primeira deslocação em Portugal, após ter apresentado credenciais, foi aos Açores, nomeadamente à base militar das Lajes, na ilha Terceira.
Em janeiro de 2015, Robert Sherman anunciou em Lisboa a decisão de Washington de reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses e os civis e militares norte-americanos da base das Lajes.
Recentemente, em novembro passado, o embaixador disse que a base das Lajes “continua estratégica” para os EUA e que aquele país não quer deixar a infraestrutura, mas salientou que as “necessidades militares” vão ser decisivas.
Durante o Campeonato Europeu de Futebol de 2016 (Euro 2016), o embaixador norte-americano ganhou notoriedade junto da opinião pública portuguesa, ao ter divulgado vários vídeos de apoio à seleção nacional.
Dois dias depois da eleição do candidato republicano Donald Trump, o embaixador Robert Sherman afirmou que a relação entre Portugal e os Estados Unidos iria “não só manter-se, mas também fortalecer-se”, defendendo na mesma altura, sobre o Presidente eleito, que era preciso “uma mente aberta”.
“A relação entre os Estados Unidos e Portugal vai não só manter-se forte, como vai fortalecer-se. Portugal está a aumentar a presença no mundo, no espaço da inovação, e o maior exemplo é a Web Summit, mas também a eleição de Guterres para secretário-geral da ONU, e portanto a relação com os EUA vai ser ainda mais forte “, considerou então Sherman, num encontro com jornalistas em Lisboa.
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