A companhia aérea Emirates Airlines, com base nos Emirados Árabes Unidos, no passado dia 15 de abril, testou todos os passageiros antes de realizar um voo com destino a Tunes, na Tunísia. Em comunicado, a empresa diz ser a primeira companhia área do mundo a fazê-lo.
Os testes rápidos ao sangue, com capacidade para obter os resultados em 10 minutos, foram conduzidos pela Autoridade Sanitária do Dubai na área de check-in do Aeroporto Internacional do Dubai, no Terminal 3.
Para além dos testes efetuados antes do início do voo, a área do check-in do aeroporto também foi preparada devidamente para garantir o distanciamento social, assim como foi facultado aos funcionários material de proteção individual como máscaras, luvas e gel desinfetante. Aos passageiros foi pedido que mantivessem a distância de segurança e que utilizassem máscaras quer no aeroporto quer a bordo.
Os serviços da companhia aérea também tiveram de sofrer algumas alterações. Além de não ter sido fornecido material de leitura — revistas e semelhantes —, o serviço de refeições e bebidas existiu, mas com embalagens e produtos adaptados para evitar o contacto desnecessário entre partes.
A Forbes adianta que, uma vez que esta primeira experiência parece ter corrido da melhor forma, tanto os testes como as mudanças referidas são suscetíveis de serem adotadas no futuro. No entanto, por agora, ainda não estão disponíveis.
"Estamos a trabalhar no sentido de aumentar as capacidades de teste no futuro e alargá-lo a outros voos", revelou no comunicado Adel Al Redha, diretor de operações [Chief Operation Officer, COO] da Emirates. "Isto vai permitir que realizemos testes no local e possamos fornecer uma confirmação imediata aos nossos passageiros que viajem para países que requeiram certificados de teste Covid-19. A saúde e a segurança dos funcionários e passageiros no aeroporto continuam a ser da maior importância", disse.
O comunicado sugere também o que poderá mudar. Ao nível da bagagem de cabina há igualmente alterações relativamente ao que é normal e será apenas permitido aos passageiros trazer consigo bolsas, computadores portáteis, pastas ou bens necessários para quem viaje com bebés a bordo. Tudo o resto terá de ir para o porão. De resto, e tal como é cada vez mais frequente, serão implementados serviços de limpeza e desinfeção adicionais após cada viagem.
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, em inglês) estima que a pandemia de covid-19 possa colocar 25 milhões de empregos em risco, sobretudo na Ásia e na Europa. Segundo a IATA, a queda a pique da procura por viagens aéreas poderá afetar a vida de cerca de 65,5 milhões de pessoas, que dependem da indústria da aviação, incluindo 2,7 milhões de empregos nas companhias aéreas. "Não há palavras para descrever adequadamente o impacto devastador da covid-19 na indústria da aviação", disse o diretor-geral e presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, citado no comunicado.
Os testes rápidos podem funcionar como trunfo para o mundo da aviação, de acordo com a Bussiness Insider. Não só para voltar a ganhar a confiança dos passageiros, mas também para convencer os governos a abrirem as suas fronteiras. No entanto, os desafios técnicos e de fabrico podem representar obstáculos devido ao número elevado e rapidez com que tem de ser desenvolvidos.
Segundo a IATA, é esperado que as perdas no setor mundial da aviação civil em 2020 ascendam aos 290 mil milhões de euros (314 mil milhões de dólares) devido ao coronavírus.
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