"A comissão de inquérito especial estabeleceu pelo menos 84 mortes, no estado atual do inquérito", indicou à imprensa o chefe da polícia de Oldenbourg (norte), Johann Kühme.
Niels Hoegel foi condenado em 2015 a prisão perpétua por dois homicídios e duas tentativas de homicídio numa clínica em Delmenhorst, no noroeste da Alemanha, mas os procuradores disseram desde cedo que o enfermeiro teria matado mais pessoas.
Em junho de 2016, os inspetores tinham estabelecido a responsabilidade do suspeito em 33 mortes, pacientes em várias unidades de saúde onde Hoegel trabalhava.
"Este número é excecional, único, na história da República Federal" da Alemanha, indicou o chefe da comissão de inquérito, Arne Schmidt.
O enfermeiro matava os pacientes com recurso a overdoses medicamentosas.
Segundo a investigação, a lista de vítimas poderá nunca ser conhecida com certeza.
"Quem sabe quantos crimes podem ser ainda identificados", admitiu Thomas Sander, procurador em Oldenbourg.
"O suspeito não pode lembrar-se de todos os casos. Mas em mais de 30 casos, o suspeito lembrava-se concretamente dos pacientes e do seu comportamento", disse a chefe da procuradoria daquela cidade, Daniela Schiereck-Bohlemann.
Durante o seu julgamento, Hoegel, que confessou a um psiquiatra ter matado dezenas de pessoas, pediu desculpas aos familiares das suas vítimas.
As injeções que praticava serviam para levar os pacientes ao limiar da morte, a fim de demonstrar a sua capacidade de as trazer de volta à vida, explicou o enfermeiro, que apresentou o tédio como outro motivo para os crimes.
O caso surgiu em 2005, quando foi surpreendido por um colega quando se preparava para dar uma injeção não prescrita a um paciente numa clínica em Delmenhorst, o que o levou a uma primeira condenação por tentativa de homicídio em 2008.
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