“Ninguém pode reverter o que está a acontecer no setor climático porque as empresas privadas fizeram grandes apostas no futuro e não vão revertê-las”, disse Kerry, em entrevista à Associated Press (AP), após participar na reunião dos ministros da energia e meio ambiente do G-7, em Saporo, no nordeste do Japão.
O enviado dos EUA para o clima considera que “tanto foi investido em energia limpa que não pode haver recuo nas medidas para acabar com as emissões de carbono”.
John Kerry observou que, se os países cumprirem as promessas de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis poluentes, os resultados serão melhores que os piores cenários estimados e o mundo pode limitar o aquecimento global médio a 1,5 graus Celsius (2,7 graus Fahrenheit).
Ressalvou, porém, que não está a ser feito o que foi assumido e defendeu a necessidade de agir “mais rápido, implantar energias renováveis mais rapidamente, colocar novas tecnologias online mais rapidamente”.
Para Kerry, as conversações do G-7, em Saporo, foram “realmente construtivas” ao dar uma demonstração de unidade para a eliminação gradual do uso ininterrupto de combustíveis fósseis que emitem gases de efeito estufa.
Kerry encara ainda como “outra oportunidade para comprometer recursos para a meta de atingir emissões zero até 2050”, a reunião agendada para quinta-feira, no Fórum das Principais Economias, que inclui líderes de 20 nações responsáveis por mais de três quartos das emissões globais de carbono.
“Os Estados Unidos e todo o mundo desenvolvido têm a responsabilidade de ajudar o mundo em desenvolvimento nesta crise. Esses países realmente determinarão o que acontecerá. Se eles reduzirem, se assumirem a liderança, se começarem a implantar as novas tecnologias, se pararem de usar combustíveis fósseis inabaláveis, aumentaremos a chance de vencer esta batalha”, disse.
John Kerry mantém a esperança de cooperação com a China no clima, apesar do atrito sobre Taiwan, direitos humanos, tecnologia e outras questões, dizendo que teve uma “conversa muito boa” com o colega chinês, Xie Zhenhua.
“Concordamos que precisamos nos reunir pessoalmente, visitar e tentar ver o que podemos encontrar para trabalhar juntos para acelerar o processo. Isso é exequível? Espero que sim”, declarou.
Nesta entrevista, o enviado dos EUA para o clima disse ainda que “uma área onde muito mais precisa ser feito é no financiamento climático”, embora os países desenvolvidos estejam perto da meta de 100 biliões de dólares em apoio anual para nações em desenvolvimento.
O maior imperativo, salientou, é fazer o possível para reduzir as emissões de carbono, dado os milhões de pessoas que morrem a cada ano devido ao ar poluído, calor extremo e outras consequências das mudanças climáticas.
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