“A sociedade torna-se um brinquedo para alguns marginais. Perversão, imoralidade e relacionamentos distorcidos são incitados deliberadamente”, disse Erdogan num discurso em Ancara diante de uma congregação de ‘muftis’, os teólogos islâmicos registados pelas autoridades religiosas.
Erdogan acusou os homossexuais de destruírem “todos os valores que distinguem os humanos dos outros seres”, acrescentando que a humanidade perde a atitude espiritual devido à “ideologia materialista”.
“Nos países ocidentais, onde as drogas são usadas, há mais violência contra as mulheres”, disse o Presidente turco, lembrando que, este ano, 248 mulheres foram vítimas de feminicídio na Turquia.
Erdogan criticou o facto de o estado mexicano de Tamaulipas ter aprovado na passada quarta-feira o casamento homossexual, agora legal em todo o país, e disse que a Turquia “resistirá a todos aqueles que pressionarem para mudar a lei”.
Erdogan sublinhou que, nos próximos dias, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islâmico) vai apresentar ao Parlamento uma emenda constitucional que não só protege a opção de usar o véu islâmico como também protege a família, que, segundo Erdogan, é “alvo de medidas perversas”.
O AKP observou que a alteração substituirá a frase que define o casamento como “baseado na igualdade entre os cônjuges” por uma referência à “igualdade entre homens e mulheres”, eliminando assim uma futura legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A homossexualidade é legal na Turquia desde 1858, mas rejeitada por grandes setores da sociedade.
Entre 2003 e 2014, Istambul organizou anualmente uma marcha do “orgulho gay”, posteriormente proibida pelo Governo turco.
Antes de vencer as eleições, em 2002, Erdogan apoiou a proteção legal dos homossexuais, mas, recentemente, convidou “a nação a confrontar aqueles que exibem todo este tipo de heresia proibida pelo Senhor”.
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