Para o Museu Nacional dos Coches/Picadeiro Real, é apontada a museóloga Rita Dargent, que substitui Mário Antas, à frente da instituição desde 2021, enquanto para a direção conjunta do Museu Nacional de Etnologia e do Museu de Arte Popular, a escolha recai no arqueólogo Gonçalo de Carvalho Amaro, que sucede ao antropólogo Paulo Ferreira da Costa, no cargo desde 2015.

Nos restantes quatro museus, mantêm-se os diretores: a museóloga Dóris dos Santos, no Museu Nacional do Traje, o historiador António Ponte, no Museu Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro, o arqueólogo e investigador Vítor Dias, no Museu Nacional de Conímbriga, e a museóloga Aida Rechena, no Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche.

As escolhas para estes equipamentos de Lisboa, Porto, Conímbriga e Peniche resultam de seis concursos internacionais de um total de 37 que decorreram este ano, lançado pela Museus e Monumentos de Portugal (MMP).

Atualmente na direção de cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o arqueólogo e museólogo Gonçalo de Carvalho Amaro vai ocupar a direção do Museu Nacional de Etnologia e do Museu de Arte Popular, em Lisboa.

Licenciado em História, doutor em Arqueologia, com pós-doutoramento em Estudos do património e cultura material, desenvolveu trabalho de campo e investigação nas áreas da arqueologia, museologia, património e desenvolvimento social, e é também professor convidado na Pontificia Universidad Catolica do Chile.

Rita Dargent, atual coordenadora do Departamento de Coleções em Reserva do Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, em Lisboa, irá assumir a direção deste museu, de cuja equipa faz parte desde 2012.

Licenciada em Artes Decorativas e mestre em Museologia e Museografia, pela Faculdade de Belas Artes, Rita Dargent foi responsável pelas operações de deslocação do acervo para o novo edifício.

Anteriormente, Rita Dargent trabalhara no Palácio Nacional da Pena e no Palácio Nacional de Sintra, especializando-se nas áreas de gestão, conservação preventiva, estudo e inventariação de coleções.

Quanto à direção do Museu Nacional do Traje, em Lisboa, continua entregue à museóloga Dóris dos Santos, que iniciou funções em janeiro de 2022.

Licenciada em História, mestre em Museologia e Património e doutorada em História da Arte, foi diretora-coordenadora do Museu Doutor Joaquim Manso, na Nazaré, entre 2009-2021, tendo anteriormente feito parte da equipa do Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha.

Dóris dos Santos é também investigadora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-Nova), tendo como principais áreas de estudo a Museologia, a História da Arte e o Património Local.

De acordo com a MMP, António Ponte mantém-se como diretor do Museu Nacional Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, cargo que desempenha desde abril de 2021.

Doutorado em Museologia pela Universidade do Porto, foi diretor regional da Cultura do Norte, diretor do Paço de Duques de Bragança, em Guimarães, coordenador do Museu de Vila do Conde e presidente da Fundação Côa Parque.

Desenvolve ainda atividade docente no Instituto Politécnico do Porto e na Faculdade de Letras da Universidade desta cidade e é, desde 2020, vice-presidente do Comité Internacional do Conselho Internacional de Museus na área dedicada aos museus de casas históricas (ICOM – DEMHIST).

O arqueólogo e investigador Vítor Dias também continuará na direção do Museu Nacional de Conímbriga, dando seguimento ao trabalho iniciado em abril de 2021.

Licenciado em História e doutorado em Arqueologia, desenvolveu ao longo do seu percurso profissional diversos trabalhos arqueológicos em contexto académico e de salvaguarda.

Vítor Dias “associou a experiência de arqueologia de campo com o trabalho de investigação e docência, sendo professor auxiliar convidado do Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra”, refere a MMP.

A museóloga Aida Rechena mantém-se como diretora do Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, que dirige desde 2021.

Anteriormente liderou o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, o Museu da Guarda e o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.

Aida Rechena é licenciada em História, com doutoramento em Museologia, “tendo como principais linhas de investigação a sociomuseologia, a teoria museológica e a museologia de género”.

Preside atualmente ao Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM-Portugal) e é membro da delegação portuguesa da International Holocaust Remembrance Alliance.

Estes seis concursos, lançados entre setembro e outubro, contaram com um total de 48 candidatos - de Portugal, Espanha, Itália, Venezuela, Brasil e Equador -, os quais foram avaliados por júris compostos por elementos nacionais e estrangeiros, incluindo académicos, investigadores e especialistas nas áreas da cultura, património e museologia, assim como representantes de associações profissionais do setor, indica a MMP.

Os mandatos dos novos diretores serão exercidos em regime de comissão de serviço com a duração de três anos, até dezembro de 2027.

“Como previsto no regulamento, cada concurso ficará concluído em menos de seis meses desde o seu lançamento até à entrada em funções dos novos diretores, entre janeiro e março de 2025, conforme comunicado a todos os candidatos e assim permitindo assegurar uma melhor execução do programa e orçamento de cada equipamento e organismo, ao fazer coincidir o início do ano civil com o primeiro ano de mandato”, assinala ainda a empresa pública.

A 13 de dezembro último, a MMP anunciou os primeiros nove resultados dos concursos internacionais para as direções de equipamentos em Guimarães, Coimbra e Lisboa e a renovação do mandato da curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Sandra Vieira Jürgens.

No início deste ano, entrou em vigor a nova orgânica do património cultural em Portugal, com a extinção da Direção-Geral do Património Cultural e a entrada em funções de duas novas entidades: a empresa pública MMP e o instituto público Património Cultural.

De acordo com o decreto-lei que criou a MMP, publicado em setembro do ano passado, a empresa teria até junho deste ano para lançar os concursos internacionais para as direções dos equipamentos que gere, apesar de, em vários casos, estas terem sido alvo de concursos recentemente.

A primeira fase de concursos abriu em agosto, para o Laboratório José de Figueiredo, para o Museu de Alberto Sampaio e para o Paço dos Duques e Castelo de Guimarães. O cronograma então divulgado previa que a decisão sobre a pessoa vencedora aconteceria até 05 de novembro, com a entrada em funções em 15 de novembro.