O acordo previa que a greve terminasse às 07:00 de hoje (09:00 de Lisboa), hora em que os polícias e bombeiros militares deveriam regressar ao trabalho, sem que fossem alvo de sanções disciplinares.
No entanto, a situação mantinha-se hoje de manhã como nos últimos dias.
Os agentes não têm o direito de fazer greve, mas as suas famílias estão a impedir, desde 04 de fevereiro, que fizessem patrulhas, ao bloquearem a saída de veículos dos regimentos, uma forma de reivindicarem aumentos de salários e de melhores condições de trabalho.
Com a ausência de patrulhas, as agressões, os atos de vandalismo e mortes explodiram neste Estado, a 500 quilómetros ao norte do Rio de Janeiro.
O sindicato de polícia local já identificou 127 mortes violentas, número não confirmado oficialmente pelas autoridades.
A reunião de sexta-feira entre os dirigentes do governo do Estado de Espírito Santo e associações de polícias decorreu sem a presença de representantes das famílias, que consideram o acordo ilegítimo.
“Eles não podem assinar um acordo entre eles. É um movimento conduzido pelas mulheres dos agentes e nenhuma de nós esteve lá. O movimento continua”, disse a mulher de um agente, citado pela página informativa G1, que se encontrava junto ao 4.º batalhão, no bairro de Ibes, em Vila Velha.
“As negociações vão começar, porque conseguimos mobilizar o governo federal”, acrescentou, referindo-se à anunciada visita do ministro da Defesa, Raul Jungmann, este sábado.
As famílias dos polícias já procuraram negociar com as autoridades locais, mas não conseguiram chegar a um acordo após nove horas de reunião.
Hoje de manhã, pelas 07:40, uma fila de carros particulares com agentes fardados posicionou-se em frente ao portão e tentaram que as mulheres permitissem a saída, mas elas agarraram-se ao portão a rezar e a cantar o hino nacional, descreve o G1.
Até sexta-feira, um total de 703 polícias foram indiciados por crime de “revolta”, cuja pena pode chegar aos 20 anos de prisão, e o secretário dos Direitos Humanos de Espírito Santo, Júlio César Pompeu, disse que as acusações já foram apresentadas e as investigações vão seguir o “curso normal”.
Com o fim da greve, mais de 3.000 soldados voltarão às ruas para realizar as patrulhas, mas a insegurança permanece grande e muitos estabelecimentos estiveram fechados durante toda a semana.
Na sexta-feira, um movimento semelhante teve início no Rio de Janeiro, onde vários regimentos da Polícia Militar foram bloqueados por famílias de agentes reclamando salários atrasados, mas a manutenção da ordem continuava a ser assegurada este sábado de manhã.
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