“O estado da nação é um estado de esperança, apesar de todas as dificuldades que vivemos. Ainda estamos a sair de uma pandemia, (…) e estamos agora com uma guerra que começou a 24 de fevereiro (…), mas é um estado de esperança e olhando para o futuro”, afirmou Eurico Brilhante Dias em declarações à agência Lusa no âmbito do debate sobre o Estado da Nação, que decorre esta quarta-feira na Assembleia da República.
Brilhante Dias destacou que, nos últimos meses, “foi possível aprovar e desenvolver um orçamento que está em vigor há muito pouco tempo” e “avançar com algumas reformas fundamentais”, como a Agenda do Trabalho Digno ou a reforma da lei das ordens profissionais.
O líder parlamentar do PS sublinhou ainda que o ano foi “particularmente positivo em dois indicadores fundamentais”, referindo-se ao “crescimento económico” – com “um ano de convergência com a União Europeia, sob a liderança do PS” – e à taxa de desemprego, que disse continuar “em valores muito baixos, mínimos históricos das últimas décadas”.
O deputado socialista descartou assim as críticas dos partidos que consideram que o estado da nação é preocupante, afirmando que “felizmente os portugueses não vivem nesse país que é relatado dessa forma”.
“Os portugueses sabem: há um partido que está sempre ao lado dos portugueses e há um Governo que tem estado preparado para todas as incidências, e é por isso que confiaram no PS, aliás uma confiança absoluta a 30 de janeiro”, sublinhou.
Eurico Brilhante Dias qualificou a maioria absoluta do PS como uma “maioria cooperante”, “que tem mostrado grande abertura à iniciativa das oposições”, dando como exemplo o facto de, nos últimos “três meses e meio de votações”, os socialistas só "muito raramente" terem aprovado iniciativas sozinhos.
“O PS, com a sua maioria, tem sido um verdadeiro moderador da democracia portuguesa, da democracia parlamentar, e, por isso, tem sido uma maioria que, sendo maioria, não é uma maioria isolada no parlamento, bem pelo contrário”, considerou.
Brilhante Dias frisou assim que “o propósito de diálogo” do PS com os restantes partidos é “genuíno, é verdadeiro e é uma marca genética desta maioria absoluta”, abordando as palavras de António Costa na noite eleitoral de 30 de janeiro, em que afirmou que um dos seus objetivos era “reconciliar os portugueses com a ideia das maiorias absolutas”.
“Esse processo de reconciliação passa por estarmos sempre disponíveis para ouvir, porque isso melhora as propostas do PS, permite aproveitar (…) aquelas que, no nosso entendimento naturalmente, são as melhores ideias da oposição, e permite transformar este parlamento num espaço vivo de debate”, sublinhou.
Projetando as prioridades do PS para setembro, Eurico Brilhante Dias afirmou que os socialistas irão arrancar com o “processo orçamental”, mas pretendem também ‘fechar’ iniciativas como a da morte medicamente assistida ou da reforma da lei das ordens profissionais.
No âmbito das comunidades portuguesas, Brilhante Dias sublinhou ainda que o PS pretende, entre outras iniciativas, apresentar um projeto relativo ao sistema eleitoral português, e designadamente à “maneira como são eleitos os deputados do círculo da Europa e de Fora da Europa”.
“Aquilo que nos aconteceu a 30 de janeiro (…), que levou a uma repetição das eleições no círculo da Europa, não pode voltar a repetir-se. E, portanto, será seguramente uma das nossas prioridades resolver essa questão”, afirmou.
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