Num comunicado enviado à agência Lusa, a AAC manifesta hoje a sua “profunda indignação com a decisão das Pousadas de Juventude de informar os estudantes do ensino superior alojados nestes espaços que não poderão permanecer” neles “entre os dias 24 e 26 de dezembro”.

Estes estudantes, “maioritariamente em situação de grande fragilidade socioeconómica, estão alojados nas Pousadas de Juventude porque não dispõem de alternativas habitacionais viáveis e porque as vagas em residências universitárias são claramente insuficientes”, denuncia a associação, referindo que “muitos deles não têm sequer condições financeiras para regressar a casa no Natal, estando dependentes deste alojamento temporário”.

Questionada pela agência Lusa, a Movijovem, entidade pública que assegura a gestão das Pousadas de Juventude, salienta que nenhum estudante alojado ao abrigo do programa “irá ficar sem alojamento” durante o Natal, salientando que está a ser encontrada “atempadamente solução para a estadia” dos estudantes que necessitem de alojamento.

“Esta é uma questão já identificada e acautelada desde o início da execução deste programa. Destaca-se ainda que sempre que não exista alternativa, e à semelhança do que as Pousadas já fizeram no passado recente com pessoas em situação de emergência social, poderão permanecer abertas”, esclareceu, em resposta escrita, fonte da assessoria de imprensa da Movijovem.

Segundo aquela entidade, de um total de 254 alunos abrangidos pelo programa, 28 necessitam de alojamento no Natal, tendo a Movijovem e os serviços de ação social das instituições de ensino superior encontrado já solução para 21 dos casos identificados.

“Para os restantes, encontramo-nos a trabalhar na solução mais ajustada a cada caso”, referiu, acrescentando que, para o caso denunciado em Coimbra, a Movijovem está a trabalhar junto dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) para se encontrar a solução “mais adequada”.

A Movijovem esclareceu ainda que todas as Pousadas de Juventude estão encerradas nas noites de 24 e 25 de dezembro, de acordo com o estipulado no Acordo de Empresa.

Os estudantes poderão deixar os seus pertences nas Pousadas durante o período de encerramento, adiantou.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da AAC, Renato Daniel, referiu que a instituição teve hoje conhecimento de uma denúncia anónima de um estudante que manifestava o seu descontentamento face à “situação de indisponibilidade de permanência na Pousada da Juventude”, entre 24 e 26 de dezembro.

“Foi apresentada esta solução temporária para alojar estudantes nas Pousadas da Juventude. Estes estudantes não podem deixar de ter de um dia para o outro essa solução”, notou.

O dirigente estudantil referiu que já expôs a situação ao Ministério da Juventude, que tutela a Movijovem, entidade pública que gere as Pousadas da Juventude.

Renato Daniel recordou que há estudantes das ilhas, de outros países ou cuja residência de origem é muito afastada do local onde estudam que acabam por passar o Natal afastados da família, considerando que é necessário assegurar uma solução.

De acordo com informação da Movijovem em setembro, este ano letivo há 22 Pousadas da Juventude disponíveis para acolher estudantes do ensino superior.

O programa, integrado no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, visa mitigar a escassez de opções habitacionais para estudantes em diversas regiões do país.