O estudo, divulgado pela universidade localizada em Vila Real, foi realizado em colaboração com o Instituto da Criança na Cidade, no âmbito do curso de mestrado em Arquitetura Paisagista.
“As crianças parecem conceber a rua como o espaço do automóvel, e por isso, considera-se urgente recentrar a rua nos peões e especificamente nas crianças, para os casos dos percursos casa-escola”, afirmou, em comunicado, a arquiteta paisagista Andreia Ramos, autora do trabalho.
A investigadora concluiu que as “ruas e avenidas são, por norma, desenhadas para o automóvel e raramente permitem um acesso atrativo e seguro entre casa e escola”.
No que diz respeito à mobilidade e interação social das crianças na cidade, refere que o grau de independência das crianças “é inexistente” e a sua vivência é “constantemente mediada pelos adultos, gerando receios relativamente à sua segurança pessoal e inibindo oportunidades para a descoberta e para a experiência”.
O estudo recomenda, por isso, uma “maior atenção ao conceito de zonas de coexistência, o que pressupõe a partilha dos espaços urbanos por diferentes utilizadores e tipos de meios de transporte”, devendo ser dada “prioridade ao peão e outros modos de deslocação suave”, nos percursos casa-escola.
Aconselha também a que haja um “maior empenho na educação e sensibilização da população para a importância da mobilidade das crianças na cidade”.
Para o arquiteto paisagista Frederico Meireles, diretor do mestrado, “o desenho do espaço exterior inclusivo das crianças deve ser ecologicamente correto, esteticamente atrativo e reforçar o sentido de comunidade, o que de resto constitui o sistema de valores da arquitetura paisagista”.
O Instituto a Criança na Cidade é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2015, que junta arquitetos, arquitetos paisagistas, educadores, professores, psicólogos, médicos, enfermeiros e advogados e quer contribuir para a construção dos alicerces que erguem o desenvolvimento integral da criança.
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