Segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, o próximo passo será uma revisão formal “robusta” que irá envolver os Departamentos de Defesa e de Justiça além de agências do Governo, algumas das quais ainda não têm responsáveis nomeados pelo novo presidente.

“Há muitos atores, de diferentes agências, que têm de ser parte desta discussão política sobre os passos a dar”, adiantou Psaki a propósito do encerramento do centro de detenção na base da Marinha norte-americana no sul da ilha de Cuba, que no seu ponto alto, em 2003, chegou a ter 680 reclusos suspeitos de terrorismo, e hoje tem 40.

Alvo de diversas polémicas, sobretudo por maus-tratos de detidos e detenções prolongadas sem acusação formada, o centro de detenção teve o seu encerramento anunciado em 2009 pelo ex-presidente democrata Barack Obama.

Mas o destino a dar aos detidos, todos com ligações ao terrorismo internacional e a organizações como a Al-Qaeda e Estado Islâmico, e em particular a sua possível transferência para prisões norte-americanas ou países de origem, suscitou oposição interna e Obama terminou o mandato sem concretizar o objetivo, embora 197 detidos tenham sido repatriados durante os seus mandatos.

Donald Trump, o seu sucessor, adotou um discurso oposto, prometendo até “encher” a prisão com “tipos maus”, mas na realidade durante o seu mandato o número de detidos desceu de 41 para 40, depois de ter sido libertado um prisioneiro saudita num processo por crimes de guerra.

No seu testemunho de confirmação no Senado, o novo secretário da Defesa Lloyd Austin afirmou que Guantanamo tem dado aos Estados Unidos “a capacidade de utilizar detenções por lei marcial que mantêm inimigos longe do campo de batalha”, mas que “é altura de fechar” o centro de detenção.

O grupo de detidos em Guantanamo inclui 10 homens que aguardam julgamento por uma comissão militar, dos quais cinco são acusados de participar no planeamento e dar apoio aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, mas o andamento dos processos tem sido lento.