"Os Direitos Humanos não são uma oferta dos governos, são direitos inalienáveis das próprias pessoas. O regime iraniano está sob aviso, o mundo vai observar o que fará", disse a embaixadora durante o encontro, que foi pedido pelos EUA.
Haley disse também que, "no final, o povo iraniano determinará seu próprio destino" e deixou o apoio dos EUA aos manifestantes.
"Que não haja qualquer dúvida, os Estados Unidos estão sem qualquer dúvida com aqueles no Irão que procuram a liberdade, prosperidade para as suas famílias e dignidade para a sua nação", acrescentou.
Durante o encontro, no entanto, notaram-se algumas diferenças na forma como os EUA e a Europa abordam a situação, com o embaixador da França a dizer que o Conselho de Segurança não é o local para debater o assunto.
"Cabe aos iranianos, e apenas aos iranianos, prosseguir o caminho do diálogo pacífico, um diálogo baseado no pleno respeito pelos direitos e liberdades fundamentais do povo iraniano. Por mais preocupantes que sejam os acontecimentos dos últimos dias, eles não constituem, por si só, uma ameaça à paz e à segurança internacionais", explicou o embaixador Francois Delattre.
Antes da reunião, Delattre já tinha alertado contra a "instrumentalização da crise vinda de fora, porque só reforçará os extremos", que é precisamente o que é "de evitar".
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, também criticou os EUA por convocarem a reunião sob um "pretexto falso".
"Deixe o Irão lidar com seus próprios problemas", disse Nebenzia.
Por sua vez, o representante da China disse que, se os argumentos de Haley para convocar o encontro fossem sempre seguidos, o Conselho de Segurança teria de se ter reunido para discutir protestos que aconteceram nos EUA, como em Ferguson em 2014 ou nas manifestações de Occupy Wall Street em 2011.
O Irão, que já tinha culpado diretamente um funcionário da CIA pelos protestos, tornou a criticar os EUA durante o encontro.
"É lamentável que, apesar da resistência de alguns membros, este Conselho se tenha deixado abusar pelo atual Governo dos EUA, ao realizar uma reunião sobre uma questão que não se enquadra no âmbito do seu mandato, evidenciando o falhanço de cumprir a sua verdadeira responsabilidade de manter a paz e segurança internacionais", disse o embaixador iraniano na ONU, Gholamali Khoshroo.
A representante dos EUA não se referiu ao Acordo Nuclear com o Irão, que tem sido criticado pelo presidente do seu país e muitos acreditam estar em risco, mas o acordo foi elogiado por países como a França e o Reino Unido.
Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência dos protestos, que ganharam força na semana passada, a propósito do aumento dos preços dos alimentos, antes de se espalharem para cidades de quase todas as províncias do Irão.
Comentários