“Não queremos que haja vítimas civis em Gaza ou em qualquer outra parte do mundo e estamos a empenhar todos os esforços para as proteger”, afirmou Blinken numa reunião em Riade com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan.
Blinken afirmou estar a trabalhar com as autoridades israelitas para “abrir corredores seguros e estabelecer zonas seguras para que os civis não sejam prejudicados por estes ataques”, ao mesmo tempo que insistiu que o Estado judaico “continua a exercer o seu direito legal e natural de se defender”.
“Os crimes brutais cometidos pelo Hamas não são aceitáveis. Mas o Hamas não fala em nome do povo palestiniano, é uma organização terrorista cujo objetivo é destruir Israel”, afirmou Blinken, que não defendeu a campanha militar de Israel contra Gaza, em resposta ao ataque do grupo islamita de 07 de outubro.
Uma fonte oficial do Governo norte-americano, que viaja com Blinken, falou sob anonimato com a agência AP e disse hoje que os EUA não pediram a Israel que abrandasse ou adiasse o plano de evacuação.
O funcionário disse que as discussões com os líderes israelitas sublinharam a importância de ter em conta a segurança dos civis, uma vez que as forças armadas israelitas se movimentaram para fazer cumprir o pedido de evacuação.
Acrescentou que os líderes israelitas reconheceram as orientações e as tomaram em consideração.
Por outro lado, adiantou que foi elaborado um acordo de princípio entre o Egito, Israel e Qatar para permitir que os palestino-americanos e outros cidadãos com dupla nacionalidade em Gaza atravessassem a fronteira com o Egito durante um período de cinco horas no sábado.
Estima-se que vivam em Gaza cerca de 500 americanos, mas este número é impreciso, segundo as autoridades.
No entanto, a mesma fonte disse que não era imediatamente claro se o Hamas permitiria que comboios de estrangeiros chegassem à passagem de Rafah sem obstáculos.
Ao mesmo tempo que sublinhou o direito e a obrigação de Israel de se defender a si próprio e aos seus cidadãos, Blinken repetiu um aviso a outros países e grupos para não se envolverem.
“É de importância vital (…) que trabalhemos em conjunto para garantir que, na medida das nossas possibilidades, este conflito não se estenda a outros locais e a outras frentes”, afirmou Blinken.
Por seu lado, o ministro saudita disse aos EUA que “os civis de ambos os lados são os que mais sofrem” neste conflito e sublinhou que “é importante recusar atingir civis” nos ataques.
“Devemos concentrar-nos noutras prioridades, como o desanuviamento e o cessar-fogo, bem como facilitar o trabalho humanitário em Gaza para garantir que a ajuda humanitária chega e é entregue”, afirmou Bin Farhan.
O ministro saudita apelou ao “trabalho conjunto para encontrar uma saída para esta crise” porque “sem um esforço coletivo” a espiral de violência não pode ser travada.
Blinken chegou a Riade esta manhã, no âmbito de uma viagem pelo Médio Oriente que o levou a Israel, Jordânia, Qatar e Bahrein, para sublinhar o apoio “inabalável” dos Estados Unidos ao Estado judaico e estabelecer contactos para garantir que o conflito não se estenda a outras frentes.
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