Em comunicado hoje enviado às redações, a instituição presidida pelo antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos afirma que as "afirmações e insinuações" de Ana Gomes são "falsas", e que por lesarem o "bom-nome e a reputação do EuroBic, o banco decidiu avançar com os procedimentos judiciais adequados com vista à salvaguarda dos seus direitos".
O EuroBic recorda no documento que num programa de comentário na SIC Notícias datado de 16 de outubro, a ex-eurodeputada "referiu-se ao EuroBic como fazendo parte de um circuito que se destina a ofuscar a origem dos capitais da Senhora Engenheira Isabel dos Santos".
"Esses comentários foram proferidos na sequência de uma publicação do Twitter da mesma autora, em que também se referiu ao EuroBic como integrando um esquema de 'lavagem de dinheiro'", prossegue o banco.
A antiga deputada europeia Ana Gomes disse em 14 de outubro na rede social Twitter que Isabel dos Santos se endivida “muito porque ao liquidar as dívidas lava que se farta”, e acusou o Banco de Portugal (BdP) de fechar os olhos.
Para além de considerar as afirmações de Ana Gomes "falsas", o banco considera também como não verdadeiro que a socialista "tenha apresentado provas destas suas alegações, ao contrário do que referiu no mesmo programa".
O EuroBic afirma que o que Ana Gomes apresentou foram apenas "cartas por si assinadas" sem sustentação probatória.
O banco garante ainda que "não participa em qualquer circuito de branqueamento de capitais e cumpre com toda a legislação vigente relativa à prevenção de branqueamento de capitais", sendo "uma instituição financeira transparente e ativamente supervisionada pelas entidades de supervisão competentes".
No 'tweet', Ana Gomes reagia às declarações da empresária angolana que, em entrevista à agência Lusa, garantiu que as recorrentes dúvidas sobre a origem dos seus investimentos resultam de “narrativa negativa”, alegando que se tem endividado, para poder investir, sem recorrer ao erário público angolano.
A ex-eurodeputada garantiu que os bancos “querem ser ressarcidos" e que as instituições "só em teoria cumprem a AMLD [diretiva de combate ao branqueamento de capitais], de facto não querem saber a origem do dinheiro”.
Em outro ‘tweet’, a ex-deputada do Parlamento Europeu realçou “que jeito” dá a Isabel dos Santos o banco Eurobic, porque “está na rede [internacional de pagamentos] 'swift' e na zona euro”. A deputada acredita que o dinheiro “passa por lá para liquidar dívidas junto de outros bancos. Sem ‘due dilligences’ [investigação dos negócios] pois já circulou por banco da zona euro”.
Ana Gomes salientou ainda que o BdP e o Banco Central Europeu (BCE) “assobiam para o ar”.
Questionada pela Lusa sobre as recorrentes dúvidas sobre a origem dos seus investimentos, a empresária angolana afirmou na entrevista à Lusa que está habituada a passar por complexos processos de avaliação de idoneidade, até tendo em conta as relações, nos negócios, com parceiros internacionais.
Comentários