A eurodeputada, destituída hoje do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu, não tinha “qualquer ligação com o dinheiro encontrado na sua casa (…) ela não sabia da existência desse dinheiro”, frisou Michalis Dimitrakopoulos.
O advogado garantiu que a sua cliente é “inocente”, apesar de terem sido encontrados sacos cheios de dinheiro no seu apartamento em Bruxelas no valor global de 150 mil euros, segundo uma fonte judicial belga.
A polícia encontrou mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas casas da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili e do antigo deputado italiano Pier Antonio Panzeri, disseram hoje fontes do Ministério Público Federal belga.
Os investigadores encontraram cerca de 600 mil euros na casa de Panzeri, enquanto o resto do dinheiro foi encontrado na casa de Eva Kaili e do seu marido, Francesco Giorgi, bem como nas mãos do pai da ex-vice-presidente do PE, confirmaram fontes judiciais à agência espanhola EFE.
Panzeri, Kaili e Giorgi, contra os quais foi emitido um mandado de detenção pelo juiz de instrução Michel Claise, bem como a quarta pessoa detida no mesmo caso, deverão comparecer perante o tribunal de Bruxelas na quarta-feira, que decidirá se devem continuar sob custódia, informou o diário Le Soir.
O chamado caso “Qatargate”, por envolver alegadamente favores ao país organizador do campeonato mundial de futebol, resultou até agora na acusação de Kaili de participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.
A socialista Eva Kaili, 44 anos, foi afastada hoje do cargo de vice-presidente do PE pelo plenário, depois de ter sido conhecida a sua detenção no fim de semana.
A decisão foi aprovada por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o hemiciclo.
Kaili manterá, por enquanto, o estatuto de deputada ao PE, uma vez que o mandato só pode ser retirado pela Grécia.
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