Ao fim de 18 anos em que as eleições foram sempre sem surpresa uma vez que se apresentou apenas uma lista única, a JS voltará a ter este ano uma disputa eleitoral para escolher o seu futuro líder, juntando-se agora Bruno Gonçalves à secretária nacional da JS Sofia Pereira, que anunciou a sua candidatura a semana passada.
"Vou apresentar amanhã a minha candidatura a secretário-geral da Juventude Socialista. Faço-o formalmente dia 21 de setembro, numa sessão pública em Matosinhos. Apresentar-me-ei com o mote ‘Liberdade’ para mudar e renovar a estrutura, numa clara alternativa ao atual rumo”, adiantou à Lusa Bruno Gonçalves.
O candidato quer “liberdade poder assumir de forma absolutamente clara que os partidos políticos e as juventudes políticas precisam urgentemente de inovar e mudar”, considerando que os jovens “estão cada vez mais distantes e descrentes da política”.
“Se queremos salvar a democracia representativa a política tem que passar a ser moderna, autêntica e digital. O tempo da tecnocracia pura e dura acabou”, considerou.
Defendendo que a JS tem de se focar em “causas estruturantes que mudam a vida dos jovens portugueses”, Bruno Gonçalves adianta propostas concretas, como uma “via verde para a construção em Portugal” e o investimento de 2% do PIB em habitação pública ao longo dos próximos 20 anos.
“A economia tem de gerar novas formas de riqueza que permitam pagar melhores salários para que estes jovens fiquem em Portugal e isto não se pode aplicar apenas aos jovens que estudaram no ensino superior”, defendeu.
O candidato disse ter a expectativa que não seja preciso esperar “outros 20 anos para que haja mais de uma candidatura à liderança” da “maior estrutura de juventude política em Portugal”.
Secretário-geral dos jovens da Internacional Socialista desde 2021, Bruno Gonçalves, natural de Braga, tem 27 anos e é mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade do Minho.
Trabalhou como analista de tecnologias de informação na Accenture e atualmente é eurodeputado do PS, tendo sido o número quatro da lista às eleições europeias de junho.
O congresso do qual sairá o novo nome que vai assumir a liderança da JS ainda não foi convocado, mas acontecerá em dezembro deste ano, sendo certo que o secretário-geral desde 2020, Miguel Costa Matos, não se irá recandidatar uma vez que já fez 30 anos.
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