“As televisões estão tomadas pelos grandes grupos económicos, que também tomaram o parlamento. Os partidos de cartel, que transformaram a democracia portuguesa numa partidocracia, tomaram conta do parlamento e das televisões e estas têm tido um comportamento vergonhoso e antidemocrático, que não se conhece em mais nenhum país da Europa”, criticou Paulo Morais, em declarações à Lusa.
Na visão do candidato, que falava em Almada, no distrito de Setúbal, as televisões portuguesas “têm encharcado” a opinião pública com “propaganda e manipulação” a favor dos partidos com assento parlamentar, ou seja, PS, PSD, CDS, BE e PCP, deixando de exercer a sua função primordial de informação sobre as restantes forças.
“As televisões estão a evitar que a opinião pública tenha acesso às propostas dos vários partidos, e eu não estou preocupado pela nossa candidatura, mas pela democracia portuguesa. Não quero que os meus filhos vivam num país onde são privados de ter acesso às propostas eleitorais das diversas forças políticas”, frisou.
Neste sentido, Paulo Morais, lamentou que, ao fim de 45 anos de democracia e 33 anos de União Europeia, ainda não haja “verdadeira liberdade de informação”, pelo que, no caso de ser eleito como eurodeputado, esta será uma das primeiras matérias a tratar.
Ainda assim, classificou a situação como uma “exceção”, uma vez que não se verifica com outros meios de comunicação social.
Com a campanha a terminar, o cabeça de lista do Nós, Cidadãos! afirmou que as “expectativas estão a ser superadas”, principalmente no contacto com a população, onde tem aproveitado não só para transmitir as ideias, mas também para “ouvir as pessoas”.
Segundo Paulo Morais, o partido tem sido “forte” nas redes sociais, as quais são importantes não só para difundir a mensagem do partido, mas também para perceber “como a opinião pública está a reagir às nossas propostas”.
Já em relação às sondagens, o candidato considerou que “não há dúvidas” que há dois partidos que vão ficar em primeiro e segundo lugar, PS e PSD, contudo, frisou que o resto é “inconclusivo”.
“Naturalmente que eu gostaria de chegar ao domingo à noite e ter um resultado melhor, de ter três ou quatro deputados eleitos pela nossa lista, mas nesta fase tudo é imprevisível. As sondagens são bons indicadores, mas não prevalecem sobre a vontade do povo”, referiu.
Além disso, acrescentou, as ideias do partido são defendidas “independentemente das consequências” e de “resultados eleitorais”.
Paulo Morais esteve hoje de manhã em Setúbal, no Mercado do Livramento, onde diz ter tido uma “adesão fantástica”, de onde seguiu para um encontro com os cidadãos em Almada e vai terminará o dia no Montijo.
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