O Presidente da República condecorou os músicos Luísa e Salvador Sobral com o grau de comendadores da Ordem do Mérito, pelo "êxito singular" que alcançaram no ano passado com a vitória do festival da Eurovisão, a 23 de abril.
O chefe de Estado referiu-se à vitória da canção "Amar pelos Dois", composta por Luísa Sobral e interpretada pelo seu irmão, Salvador Sobral, na final do festival da Eurovisão, em 13 de maio do ano passado, como um "êxito singular" que não poderia deixar de merecer uma distinção.
No discurso que fez nesta cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância da vitória na Eurovisão para a autoestima coletiva dos portugueses. "É muito importante que isto tenha acontecido num país tantas vezes cronicamente pessimista e, sobretudo, com um país cheio de bem-pensantes que, se possível, ainda são mil vezes mais pessimistas do que o povo", afirmou, recebendo palmas.
Na presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o Presidente da República elogiou os artistas e desportistas portugueses com sucesso internacional, dizendo que, "na prática, são embaixadores de Portugal, por mérito próprio".
"E, com todo o respeito que merecem os nossos embaixadores, são embaixadores mais qualificados e mais eficientes do que a generalidade da nossa diplomacia – o senhor ministro da Cultura que me perdoe", acrescentou.
Contudo, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses referiu — numa carta que chegou a Belém quatro dias depois do episódio — que as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa "colocam em causa a competência e profissionalismo de toda uma carreira especial do Estado, denegrindo a sua imagem e, como tal, a própria credibilidade das instituições públicas".
Em declarações ao Público, o presidente da República clarifica o sucedido. "“Não está, nem nunca esteve em causa, como tenho referido sempre, a excelência da nossa diplomacia. Mas a própria realização, neste momento, do Festival Eurovisão da Canção em Lisboa fala por si quanto à projecção alcançada por quem, pela sua qualificação e eficácia, projecta a imagem de Portugal no mundo. Direi mesmo mais: não me sinto nada complexado pelo facto de haver personalidades da Cultura e do Desporto que em muito ultrapassam a projecção internacional do actual Presidente da República Portuguesa.”
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