“Há procedimentos de segurança que podem ser melhorados, mas também se concluiu que houve responsabilidades da parte do guarda prisional”, afirmou Celso Manata, em relação ao resultado do inquérito à fuga de um recluso espanhol, a 07 de abril, da cadeia de Viseu.
O responsável da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que falava em Sintra à margem da assinatura de um protocolo com o Instituto de Registos e Notariado, para a emissão do Cartão de Cidadão a reclusos, adiantou que o guarda ainda “terá a oportunidade de se defender”, mas o processo de averiguações está concluído.
“Houve uma conduta negligente que obviamente vai ser objeto de procedimento disciplinar, como, aliás, não pode deixar de acontecer”, frisou.
Segundo uma nota da DGRSP, um recluso espanhol, de 39 anos, que se encontrava a aguardar julgamento por um crime de tráfico de droga, evadiu-se do Estabelecimento Prisional de Viseu, durante o período de recreio dos reclusos, “através de escalamento da rede laminada de segurança”.
A fuga foi detetada pelas câmaras de vigilância do estabelecimento prisional e, no pátio exterior, estava um elemento do corpo da guarda prisional, que, no entanto, não conseguiu travar a evasão.
Em relação à fuga de três reclusos de Caxias (concelho de Oeiras), Celso Manata salientou que, perante a denúncia de que terá havido “a prática de crimes, designadamente de corrupção”, está a ser investigada pela Polícia Judiciária.
“Estamos um bocadinho dependentes daquilo que é a investigação criminal, só depois da investigação criminal chegar a conclusões é que nós podemos continuar com o nosso processo”, explicou o diretor dos serviços prisionais.
A DGRSP efetuou “algumas diligências”, mas não pode concluir o processo antes das autoridades criminais tirarem “as suas conclusões”, considerou Celso Manata, acrescentando que os resultados ditarão o tipo de procedimento disciplinar a adotar.
Três reclusos, dois chilenos e um português (luso-israelita), fugiram em fevereiro do Estabelecimento Prisional de Caxias, através da janela da cela que ocupavam, tendo dois sido capturados em Espanha.
O recluso português continua fugido das autoridades e, segundo o jornal Correio da Manhã, relatou “ter pago 100 mil euros a quatro guardas prisionais para o deixarem fugir”, através da introdução de um fio de serra na cela, com o qual cortou as grades.
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