“Se esse é o preço que tenho de pagar para evitar que Donald Trump faça o mesmo a outras pessoas, para mim é um pequeno preço a pagar”, disse Brennan ao programa “Meet the Press”, da cadeia de televisão NBC.
E acrescentou: “E se isso significa ir aos tribunais, irei”.
O ex-diretor da “Central Intelligence Agency” (Agência Central de Informações, CIA na sigla original) disse que foi contactado por vários advogados, que lhe deram opiniões sobre a matéria.
Para Brennan, que dirigiu a CIA entre 2013 e 2017, tendo sido designado pelo ex-presidente Barack Obama, retirarem-lhe as credenciais de acesso é um exemplo de “abuso de poder” por parte de Trump.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, justificou esta semana a medida contra Brennan pelo seu, disse, comportamento “errático”, e acrescentou que mandou rever as credenciais de outros altos cargos de segurança, que criticaram abertamente as políticas do presidente.
Brennan qualificou recentemente Donald Trump de “perigo” para a segurança nacional, afirmando-se surpreendido com a quantidade de vezes em que o presidente “falha no momento de manter os padrões mínimos de decência, urbanidade e honestidade”, quando comentava um insulto de Trump a uma ex-assessora, a quem chamou “cadela”.
Na entrevista de hoje, Brennan disse que vê “alertas vermelhos a piscar” em termos do que Trump faz e considerou que o presidente está a diminuir o país na comunidade mundial. E ainda está a alimentar a divisão dentro do país e a mentir continuamente aos cidadãos.
Na sexta-feira, sete ex-diretores da CIA, além de vários funcionários da central de inteligência norte-americana, assinaram uma carta de apoio a Brennan na qual consideram que a medida é “profundamente lamentável”, advertindo que se trata de uma “tentativa de calar a liberdade de expressão”.
Trump já tinha justificado a retirada das credenciais com o argumento de que tinha de fazer alguma coisa em relação à investigação federal sobre a ingerência russa nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
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