Carla Tavares falava à Lusa no final de uma visita que a Comissão Parlamentar da Saúde fez hoje ao Hospital de Aveiro, e que incluiu a audição da ex-diretora da urgência e do grupo de médicos que lhe manifestaram solidariedade nessa decisão, na sequência de um requerimento apresentado pelo BE e pelo PSD.
“A demissão da ex-diretora no serviço de urgência não teve a ver com algum problema de falta de financiamento nos serviços do hospital, mas resultou bem claro que foi um problema de funcionamento interno, de articulação dos serviços dentro do próprio hospital”, disse a deputada socialista.
Durante a conversa com os deputados, Elsa Rocha, que foi recentemente substituída no cargo pelo diretor clínico, terá dado conta de várias preocupações, nomeadamente com a falta de condições no internamento.
“Há um problema de gestão do espaço em que os doentes continuam nos corredores, numa situação inaceitável e que, segundo os médicos, é uma situação crónica”, disse à Lusa Ricardo Baptista Leite, coordenador do PSD na comissão da saúde.
De acordo com o social-democrata, a falta de recursos humanos terá sido outra das preocupações transmitidas pelos médicos.
“Houve um aumento para mais do dobro do número de profissionais chamados tarefeiros, o que significa que as equipas não estão consolidadas e há aqui este recurso a recibos verdes para tentar colmatar falhas perante um aumento da procura, que exigem uma resposta concreta que o hospital ainda está com algumas dificuldades a dar”, disse Ricardo Baptista Leite.
A carência de médicos especialistas, enfermeiros e assistentes operacionais, foi também registada por Diana Ferreira, coordenadora do PCP na comissão da saúde, que alertou para o facto de haver “momentos” em que a Urgência do Hospital de Aveiro “está sobrecarregada”
“O facto de o Hospital de Águeda ter uma urgência básica e de a urgência do Hospital de Estarreja ter sido encerrada há mais de dez anos, faz com que haja uma confluência de um conjunto de pessoas para esta urgência”, disse Diana Ferreira.
António Monteiro, deputado do CDS eleito pelo círculo de Aveiro, referiu que estas questões “carecem de ser resolvidas com a máxima urgência” pelo conselho de administração, e defendeu que o Hospital tem de dar um “salto qualitativo”.
“É bom não esquecer que a Urgência de Aveiro serve uma vasta região e, por isso mesmo, é para nós fundamental que este Hospital esteja em condições de evoluir e de se tornar um hospital de referência”, disse o deputado do CDS.
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