Num comunicado enviado à mesa da comissão política do PAN e à agência Lusa, Anabela Castro e Nuno Pires sublinham que o texto da demissão indicava que aquela informação não deveria ser reproduzida, e foi feito “com base na assunção de que há espaços próprios para dizer o que se considera necessário”, num partido e que “não tem que ser exposto em nenhum órgão de comunicação público”.

Em causa está a notícia divulgada na quinta-feira que dá conta da saída dos dois dirigentes do órgão máximo do partido entre congressos por desacordo com a liderança de Inês de Sousa Real, através de um comunicado, ao qual a Lusa teve acesso, em que a atual direção é acusada de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos.

Membros da direção do PAN apresentam demissão em desacordo com liderança de Inês de Sousa Real
Membros da direção do PAN apresentam demissão em desacordo com liderança de Inês de Sousa Real
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Os dois membros demissionários lamentam que “pessoas que têm acesso a informação que é comunicada mas que não é da sua autoria” se aproveitem de “informação interna para exporem o partido”, sublinhando que esse é um comportamento no qual não se reveem.

“Se querem fazê-lo, façam-no através das suas próprias ações, não usando informação que pertence ao foro interno do partido”, afirmam Anabela Castro e Nuno Pires, acrescentando que “há órgãos para se falar do que é necessário mudar ou rever, mas esses não são claramente os órgãos de comunicação social”.

Os dois membros acreditam que a divulgação de informações do foro interno do partido só “impede que haja transparência e honestidade no futuro, pelo receio de fuga de informação para fora do partido”.

Anabela Castro e Nuno Pires frisam que a “importância do comunicado mantém-se”, mas condenam a sua divulgação, considerando que “o seu desvelo é uma perfeita falta de respeito e ética de quem o tornou público”.