Um avião da Força Aérea israelita “eliminou hoje o comandante da unidade aérea da região sul do Líbano do Hezbollah”, de acordo com as forças israelitas, que identificaram o líder militar como Ali Hussein Barji.

Os israelitas acusaram Barji de “dirigir dezenas de atividades terroristas contra Israel utilizando aeronaves aéreas não tripuladas [drones] explosivas” e vigilância.

Também acusaram o comandante do Hezbollah de ser responsável pelo ataque de hoje contra um quartel-general do Exército no norte de Israel.

A mesma fonte acrescentou que antes desta operação foi eliminada “uma estação de lançamento [de foguetes]” da unidade aérea do Hezbollah que se preparava para lançar ‘drones’ explosivos contra Israel.

O Exército Israelita normalmente não reconhece publicamente este tipo de operações e o anúncio surge num momento em que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visita o país como parte da sua viagem ao Médio Oriente.

Blinken procura evitar a propagação do conflito a toda a região, para além da guerra entre Israel e o Hamas, que começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita e das tensões na zona fronteiriça entre Israel e o Líbano.

O ataque aéreo que matou o comandante desta unidade aérea do grupo xiita ocorreu contra um veículo na mesma zona onde se realizava o funeral de outro comandante do Hezbollah, morto esta segunda-feira, num outro bombardeamento aéreo atribuído a Israel.

O alto funcionário morto na véspera foi Wissam Hassan Taweel, comandante sénior das forças especiais de elite de Radwan, que morreu quando o seu veículo foi atingido.

Taweel foi a vítima mais significativa do Hezbollah desde o início das hostilidades com Israel em 08 de outubro.

A escalada da tensão entre Israel e o Líbano tem aumentado desde terça-feira da semana passada, quando um atentado à bomba em Beirute atribuído a Israel matou o ‘número dois’ do Hamas, Saleh al Arouri.

A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, 127 dos quais permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 95.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 23.084 mortos e quase 59.000 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.