"A questão com que nos deparamos hoje não é se as catástrofes vão acontecer. As questões pertinentes são sobre quando vão acontecer, com que intensidade e se estamos nós preparados para a resposta", afirmou João Cravinho, que presidiu à cerimónia de entrega de 23 viaturas ligeiras todo o terreno, equipadas com modernos sistemas de geoferenciação e de comunicação, com ligação ao posto de comando do RAME (Regimento de Apoio Militar de Emergência), que centraliza em Abrantes o comando nacional do Apoio Militar de Emergência.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, esteve hoje a conhecer o sistema operacional do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), em Abrantes, no distrito de Santarém, onde fez a entrega de 23 viaturas destinadas às missões de vigilância e patrulhamento, um investimento de 964 mil euros no âmbito do empenhamento do Exército nas ações de prevenção dos fogos rurais, que representam "um reforço muito grande em termos de capacitação" das Forças Armadas (FA).
A criação do RAME - Regimento de Apoio Militar de Emergência deu-se a 01 de novembro de 2016 e, desde então, o país passou a dispor de uma força militar preparada para intervir em cenários de acidente e catástrofe sempre que solicitada para o efeito e com o objetivo de responder em situações de emergência que envolvam um número elevado de desalojados, riscos tecnológicos, atos terroristas, contaminação do meio ambiente, incêndios florestais, cheias e inundações, sismos e erupções vulcânicas.
Tendo feito notar que "a missão central das FA não sofreu alterações, antes uma evolução no reforço de condições e no entendimento sobre como melhor se cumpre essa missão central de segurança e bem estar dos portugueses", o ministro deu conta que, "para além do grande trabalho de planeamento que é preciso fazer, todos os meios contam no reforço da capacidade nacional de prevenção e da resposta a potenciais emergências complexas".
Em 2018, lembrou João Cravinho, o Exército, através de 16.813 militares, realizou 4.832 patrulhas de deteção e vigilância, percorrendo quase 800 mil quilómetros, o equivalente a 32 mil horas de vigilância no apoio a diversas entidades nacionais e locais, a par dos trabalhos pós-incêndios, em termos de consolidação de rescaldos.
"O desafio hoje não é apenas enumerar os meios à nossa disposição", observou o governante, tendo feito notar que "o desafio é mudar o paradigma em que a mobilização de diferentes meios, pertencentes a entidades diferentes, é posta de modo integrado ao serviço do país", serviço que o RAME desenvolve desde 2016 em Abrantes, local onde dá formação de praças e centraliza o comando operacional nacional do Apoio Militar de Emergência.
Segundo o ministro, "muito se avançou a esse respeito", tendo destacado ainda a "formação específica" dada já este ano de 2019 a 1.007 militares para o cumprimento das suas missões de prevenção e de vigilância ativa pós-rescaldo.
Questionado sobre se tudo está a postos para o combate aos incêndios, João Cravinho, que visitou hoje pela primeira vez o RAME e o seu sistema operacional de funcionamento, disse que o Exército tem agora mais estas 23 viaturas à sua disposição e 10 pelotões em prontidão, tendo referido que continua a aguardar o visto prévio do Tribunal de Contas para a aquisição dos meios aéreos em falta.
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