A adesão à greve está a ser "forte" e a extração e a produção na mina de Neves-Corvo, em Castro Verde, distrito de Beja, estão "completamente paradas", disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto.
Segundo o sindicalista, desde o início da greve, hoje às 06:00, o poço de extração e as duas lavarias estão "parados" e só há "serviços mínimos" e "algum pessoal dos escritórios a trabalhar, porque não aderiu à greve", e, por isso, "não foi extraída uma única pedra de minério" no fundo da mina "nem produzida uma única grama de concentrado" de cobre, zinco ou chumbo.
Num comunicado enviado à Lusa, a administração da Somincor diz que está a acompanhar a greve "de perto", mas ainda não consegue fornecer dados sobre a adesão "devido ao facto de um número elevado de trabalhadores continuar a aguardar na fila de trânsito para aceder às instalações".
A empresa refere que a sua prioridade durante a greve é "garantir que quem pretende trabalhar o possa fazer de forma segura e com a mínima perturbação" e reafirma estar aberta ao diálogo com os trabalhadores e o STIM "no sentido da resolução da situação".
A greve, iniciada hoje, pouco mais de um mês depois da anterior, e termina no sábado às 06:00, serve, segundo o STIM, para os trabalhadores reivindicarem o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, "humanização" dos horários de trabalho, antecipação da idade da reforma dos funcionários das lavarias, progressão nas carreiras, revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".
No passado dia 18 de outubro, o STIM e a administração da Somincor reuniram e, no final do encontro, o primeiro após a greve de trabalhadores da empresa que decorreu entre os dias 03 e 07 daquele mês, os sindicalistas entregaram o pré-aviso da nova paralisação.
Em declarações à Lusa, após a reunião, Jacinto Anacleto disse que a administração da Somincor, que pertence ao grupo sueco-canadiano Lundin Mining, "continua intransigente e não está interessada em negociar" as revindicações dos trabalhadores.
Na reunião, "não houve qualquer tipo de abertura" da administração para "negociar" e, por isso, o STIM "não teve outra hipótese" senão a de entregar o pré-aviso de uma nova greve, a que começou hoje, tal como os trabalhadores da Somincor tinham decidido num plenário no passado dia 17 de setembro, disse.
No plenário, que decorreu na sede do STIM, na vila de Aljustrel, também no distrito de Beja, os trabalhadores decidiram fazer a greve entre os dias 03 e 07 de outubro e, caso as repostas da administração da Somincor às suas reivindicações continuassem "a não ser favoráveis", mais cinco dias de greve este mês e outros cinco em dezembro, lembrou Jacinto Anacleto.
Comentários