Na passada quinta-feira, dia 31, deu entrada num tribunal de São Francisco uma queixa segundo a qual os anúncios de produtos financeiros foram segmentados nos últimos três anos de forma a excluir mulheres e pessoas mais velhas, sendo esta última categorização definida para pessoas acima dos 40 anos.
A queixa foi apresentada por Neuhtah Opiotennione, de 54 anos, que quer transformar processo numa ação coletiva, incluindo as pessoas visadas nesta segmentação - mulheres e pessoas mais velhas. Em causa, segundo a queixosa, está a Lei dos Direitos Civis da Califórnia que prevê igual acesso a serviços e produtos independentemente do sexo, raça, condição clínica ou outras características.
O objetivo da queixa é impedir que o Facebook e os anunciantes que compram espaço nesta rede excluam da sua comunicação e oferta pessoas que façam parte destes dois segmentos, nomeadamente no que se refere a verem anúncios a contas bancárias, seguros, fundos e investimentos.
O Facebook reagiu através de um comunicado em que um porta-voz da empresa afirma que estão a analisar a queixa. "Fizemos alterações significativas na forma como as oportunidades referentes a imobiliário e crédito são mostradas no Facebook e continuamos a trabalhar para prevenir potenciais usos indevidos. As nossas políticas há muito que proibem a discriminação e estamos orgulhosos dos avanços que temos feito nestas áreas".
O tema da discriminação que a plataforma de publicidade do Facebook permite há muito que é tema de discussão, uma vez que as ferramentas ao dispor dos anunciantes - e que têm sido um dos motivos do sucesso da rede - deixam que as campanhas sejam filtradas para determinados públicos, excluindo outros que a marca ou o anunciante considera menos relevante.
Não é a primeira vez que o Facebook enfrenta processos desta natureza. De novembro de 2016 a setembro de 2018, a rede social de Zuckerberg enfrentou vários processos por discriminação e pagou quase cinco milhões de dólares no âmbito de algumas destas ações.
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