Em declarações à agência Lusa, Luís Dias, responsável do departamento de ação reivindicativa do STML, explicou que o caderno reivindicativo reúne “um conjunto de problemas recolhidos nos últimos meses em mais de 13 locais de trabalho sob a alçada da câmara, nomeadamente espaços verdes”.
Segundo o responsável, tratam-se de problemas “não só nos jardins e postos de jardins, mas também nas oficinas que fazem apoio a esses postos”, tendo o sindicado discriminado um “conjunto de problemas e sintetizado os mesmos”, esperando que a câmara dê uma resposta positiva a alguns.
Para Luís Dias, a ideia é “entregar o documento ao executivo camarário para que este possa analisar e dentro dos problemas que precisam de resposta urgente, como a necessidade de equipamento de proteção individual, fardamentos, viaturas e até intervenções nos equipamentos que hoje existem, encontrar soluções”.
“Veremos o que tem a câmara para responder às questões complexas, temos noção disso, mas o cenário que está é resultante de opções políticas que infelizmente prejudicam trabalhadores, mas também a câmara naquilo que é a sua missão pública perante a cidade e população”, sublinhou.
Para Luis Dias, é necessária “uma inversão de caminho ou então, quando o último destes 80 ou 90 jardineiros se reformar, a profissão acaba”.
“Um dos principais problemas prende-se com o número de jardineiros existentes. Atualmente faltam recursos humanos, há uma política sistematicamente que tem vindo a concessionar a gestão e manutenção dos espaços verdes aliada à transferência de competências para as juntas de freguesia”, explicou.
Luis Dias adiantou que a autarquia lisboeta já chegou a ter nos seus quadros “cerca de mil jardineiros e, nos últimos anos, o número decresceu consideravelmente, chegando ao universo de 80 a 90 jardineiros atual”.
“A falta de investimento, quer em meios materiais e mecânicos, e a falta de recursos humanos” explicam os problemas existentes atualmente, sendo que alguns espaços verdes outrora da responsabilidade de câmara “estão agora ao abandono”, de acordo com o responsável.
Como exemplo de um desses espaços, Luís Dias apontou a zona dos Olivais, que reconheceu ter “grandes espaços” cuja responsabilidade é agora de empresas privadas que, quando deixam de fazer o seu trabalho, “são chamados os jardineiros camarários para resolver os problemas que essas empresas não fazem ou por desleixo ou porque não sabem”.
Para o sindicalista tem havido igualmente um “desinvestimento e subaproveitamento” da escola de jardinagem da autarquia, “quer no plano de formação, quer no plano de transmissão de conhecimentos dos mais velhos para os mais novos”.
“Essa escola, trazendo gente nova, aproveitando o conhecimento dos mais velhos, tem tido estratégias desvalorizadas pelos vários executivos. Trata-se de um problema de mais de 20 anos”, explicou Luís Dias, acrescentando que são os “80 a 90 resistentes, cuja faixa etária é elevada” que vão fazendo o trabalho, não havendo perspetivas de renovação.
O sindicalista avançou que está prevista a abertura de um concurso, este ano, para oito vagas de jardineiro, o que é “manifestamente baixo para as necessidades”, acrescentando que “as próprias chefias da câmara disseram que se devia ter acrescentado um zero a esse número ou então não se vai resolver muito em relação à falta de pessoal”.
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