Os manifestantes foram obrigados a ficar na periferia da cidade, no Boulevard Carnot, distante do centro do festival, o Palais des Festivals, ou da avenida à beira-mar de Cannes, a Croisette.
“Estamos contra o aumento da idade da reforma, que fará com que muitas pessoas morram a trabalhar”, afirmou Tomas Ghestem, uma das pessoas em protesto.
Antes do festival, as autoridades locais de Cannes proibiram comícios em grande parte da cidade. Os sindicatos convocaram uma nova onda de manifestações em todo o país para 6 de junho.
A proibição manteve o famoso tapete vermelho de Cannes livre de manifestações e evitou que uma das questões mais polémicas em França perturbasse o normal desenrolar do festival.
A exceção aconteceu na sexta-feira quando funcionários do hospital contornaram a proibição protestando em terrenos privados em frente ao Carlton Hotel, um hotel histórico de luxo onde muitas estrelas se hospedam durante o festival. Trabalhadores de hotéis e restaurantes exibiam uma faixa a dizer “Não às reformas da previdência”.
A luta contra a reforma das pensões influenciou grande parte do Festival de Cannes deste ano, que acontece numa altura em que os guionistas de Hollywood estão em greve. Os autores dos guiões para cinema e televisão reclamam salários mais altos, reformas para a era do ‘streaming’ e salvaguardas contra o uso da inteligência artificial (IA).
O ator Paul Dano disse que planeava juntar-se aos piquetes quando voltasse para casa e o antigo ator e realizador de cinema, Sean Penn classificou a postura dos estúdios em relação à IA de “uma obscenidade humana”.
A direção do SAG-AFTRA, o sindicato dos atores, aprovou no início desta semana pedir aos seus membros autorização para uma greve nas suas próprias negociações com os estúdios para um novo contrato.
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