Segundo Paulo Magalhães, o protesto será repetido na sexta-feira, podendo, entretanto, agendar-se novas formas de luta.
A GNR retirou, entretanto, o cadeado do portão, mas os alunos mantiveram-se do lado de fora, apesar da chuva.
"Já estamos habituados à chuva nas salas de aulas, por isso não há crise", dizia um aluno, durante uma manifestação à porta da escola, convocada por pais e encarregados de educação.
Hoje ninguém foi às aulas e na sexta-feira o boicote deverá repetir-se, se até lá "não houver novidades" por parte do Ministério da Educação.
"Estamos desde 2007 à espera de obras, é chegada a hora de dizer basta. Esta escola não tem condições. É o amianto nas coberturas, são aulas em salas com os termómetros a marcar zero graus, é a humidade, são fissuras", referiu o presidente da Associação de Pais.
Disse que para a escola já chegaram a estar previstas obras de 13 milhões de euros, no tempo do governo de José Sócrates, valor que agora desceu para cerca de três milhões.
"Mesmo assim, parece que ninguém tem 300 mil euros para acrescentar ao orçamento", criticou.
O presidente da Câmara, António Cardoso, explicou que já foram abertos três concursos para a obra, tendo os dois primeiros ficado vazios.
O vencedor do terceiro, por sua vez, "não reuniu as condições necessárias para iniciar os trabalhos".
Para o autarca, é necessário subir o preço base em 300 mil euros para aparecerem candidatos à obra.
A Câmara diz que já pediu, sem sucesso, ao Ministério da Educação que suportasse aqueles 300 mil euros, para que a empreitada tivesse condições de ser adjudicada nos moldes em que foi concebido todo o projeto.
"Foi-nos proposto que revíssemos o projeto, para enquadrar a obra dentro dos valores previstos, mas não estamos disponíveis para isso. O projeto já foi revisto duas vezes e já chega. A escola precisa de uma intervenção a sério e não de uma intervenção faz de conta", referiu António Cardoso.
A obra foi a concurso por 2,7 milhões de euros, um investimento que será comparticipado em 75% por fundos comunitários.
A Câmara já assumiu que entrará com 225 mil euros, apesar de se tratar de uma obra da competência do Governo.
"O município até pode, eventualmente, disponibilizar mais algum dinheiro para a obra, mas não os 300 mil euros, porque não tem capacidade para tal", referiu António Cardoso.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação já disse que "está em contacto com a Câmara Municipal de Vieira do Minho de modo a encontrar uma solução que permita, tão breve quanto possível, iniciar essa obra".
O edifício da Escola Secundária tem cerca de 30 anos e o da Básica mais de 40.
No total, as duas escolas acolhem 800 alunos.
[Notícia atualizada às 11h40]
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