A estimativa da AEA indica terem sido gerados na UE cerca de 16 quilos de resíduos têxteis por pessoa em 2020 e que apenas cerca de um quarto desta quantidade (4,4 kg) terá sido recolhido separadamente para reutilização e reciclagem, mas o resto acabou em resíduos domésticos mistos. A diretiva determina que a partir de 2025 os Estados-Membros da União Europeia devem estabelecer sistemas de recolha separada para têxteis usados.

De todos os resíduos têxteis, segundo a estimativa, 82% vieram dos consumidores e o restante foram resíduos da indústria transformadora ou têxteis que nunca chegaram a ser vendidos.

Além da DQR, que obriga os Estados-Membros a terem sistemas de recolha seletiva para têxteis usados no próximo ano, a Comissão Europeia propôs introduzir a responsabilidade alargada obrigatória do produtor para os têxteis em todos os Estados-Membros, a fim de tornar os produtores responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos têxteis.

Um inquérito da AEA em 2023 revelou que a maioria dos Estados-Membros da UE já tem sistemas de recolha seletiva, mas principalmente para recolher têxteis reutilizáveis.

O relatório da AEA alerta que, além da recolha separada, as capacidades de triagem e reciclagem têm de ser aumentadas na Europa para evitar que os têxteis recolhidos acabem em incineradores, aterros ou sejam exportados para regiões fora da UE.

A AEA salienta, em comunicado, a necessidade de harmonizar as definições e as práticas de comunicação de têxteis usados e de resíduos, lembrando que nos dados que recolheu estão claramente demonstradas grandes discrepâncias devido às diferentes interpretações sobre o que constitui resíduo e o que constitui têxteis usados.