Armando Carvalho, dirigente da Baladi, com sede em Vila Real, disse hoje à agência Lusa que a criação de grupos de baldios é um projeto que vai avançar em breve e que prevê a realização de experiências-piloto em todo o país.
Trata-se, explicou, de uma “nova dinâmica para a gestão participativa e integrada das áreas comunitárias”.
“Em todo o país vão ser desenvolvidos 20 projetos em que serão testados vários figurinos de gestão e, no final, será apontada a estratégia que se deve seguir para uma maior dinamização dos baldios. É um estudo-piloto em que vamos tentar testar no terreno vários figurinos de gestão”, salientou.
O programa terá a duração de três anos, vai ser lançado pelo Governo e dinamizado pela Baladi e a Associação Florestal de Portugal (Forestis).
Armando Carvalho explicou que os grupos terão que envolver, no mínimo, três baldios e uma área de 2.500 hectares e que podem ir até aos oito baldios e mais de mil hectares.
“Não vamos apenas ver o baldio numa vertente florestal, mas em toda a sua dimensão, quer económica, quer social, quer territorial. Queremos uma maior participação da comunidade na gestão do seu próprio património”, frisou.
O dirigente referiu que em debate, durante o congresso, vai estar ainda a questão dos fogos controlados de inverno, uma medida que defende que pode evitar a carga combustível nos baldios e ajudar a travar os incêndios de verão.
Armando Carvalho afirmou que congresso também vai ajudar a “detetar as principais lacunas do setor”, a “criar uma maior dinâmica” na gestão do território e combater o “grande défice de informação existente”, tudo isto numa perspetiva de cooperação internacional.
Outro assunto que será debatido é a reivindicação de uma linha de apoio às áreas comunitárias numa futura Política Agrícola Comum (PAC), à semelhança do que, segundo o dirigente, “já acontece para a parte agrícola e para a parte florestal para privados”.
O congresso realiza-se no domingo, em Mirando do Corvo, distrito de Coimbra, no Centro de Biomassa para a Energia, conta com a presença de especialistas, investigadores e do secretário de Estado das Florestas, Miguel João de Freitas.
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