“O La Niña parece ter atingido o seu pico em outubro-novembro como um episódio de intensidade moderada”, afirma em comunicado a OMM.
O fenómeno La Niña consiste no arrefecimento, em grande escala, das águas superficiais do Pacífico equatorial, central e oriental, associado a variações na circulação atmosférica tropical.
Os efeitos do La Niña sobre o tempo e o clima são geralmente opostos aos da anomalia El Niño, que é um fenómeno de aquecimento das águas superficiais próximo às costas sul americanas.
“El Niño e La Niña são os principais impulsionadores do sistema climático da Terra”, diz no comunicado o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
“No entanto, todos os fenómenos climáticos naturais ocorrem hoje num cenário de mudança climática induzida pelo homem, a qual aumenta as temperaturas globais, acentua as condições climáticas extremas, modifica os padrões de precipitação sazonal e complica as atividades de prevenção e gestão de desastres”, continua.
De acordo com a agência, é muito provável (65%) que o evento climático La Niña dure até fevereiro-abril.
A OMM estima que a precipitação acima do normal nesse período deve afetar o sudeste da Ásia, Austrália, norte da América do Sul e ilhas da Melanésia.
Paralelamente, a Ásia Central, o Corno da África, certas regiões da África Central ou ilhas da Polinésia devem registar precipitações abaixo do normal.
Segundo a agência, há uma forte probabilidade (70%) de que o Pacífico tropical regresse a um ciclo neutro em abril-junho.
De acordo com os indicadores atmosféricos e oceânicos, o La Niña influencia o clima desde agosto-setembro de 2020.
A OMM alerta que, embora o fenómeno geralmente cause arrefecimento, não foi suficiente para impedir que 2020 seja um dos três anos mais quentes já registados.
Do mesmo modo, as temperaturas devem estar acima do normal na maior parte do mundo de fevereiro a abril de 2021.
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