Os autores do estudo, publicado na revista “Nicotine & Tobacco Research”, defendem que as mulheres devem deixar de fumar antes de engravidarem, sublinhando que a pressão arterial sistólica alta está associada ao risco de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no nosso país.
A investigação envolveu 4.295 crianças nascidas em cinco maternidades da Área Metropolitana do Porto, pertencentes à coorte Geração 21 (projeto de investigação que acompanha mais oito mil crianças da cidade do Porto, desde o nascimento).
“Num país como Portugal, onde a hipertensão é um problema major, onde muitas pessoas morrem de AVC [Acidente Vascular Cerebral] e muitas grávidas continuam a fumar durante a gravidez, estes resultados demonstram que começa bem cedo a programação da doença [hipertensão arterial] nas crianças. Portanto, a prevenção tem que começar antes”, defende Henrique Barros, responsável do estudo, cuja primeira autora é Maria Cabral.
O estudo examinou a associação entre o tabagismo materno (antes da gravidez, durante a gravidez e quatro anos após o parto) e a pressão arterial das crianças, tendo sido estas avaliadas à nascença e aos quatro anos. Observou-se que os filhos de mães que fumavam apresentavam níveis de pressão arterial sistólica mais elevados.
Os resultados mostram que os filhos das mães que fumaram apresentam um percentil da pressão arterial sistólica superior e que mais de 22% têm já aos quatro anos uma pressão arterial sistólica considerada elevada.
O estudo designado “Maternal smoking: a life course blood pressure determinant?” é também assinado por Maria João Fonseca, Camila González-Beiras, Ana Cristina Santos e Liane Correia-Costa.
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