O Kiez Berlim Film Festival é uma iniciativa local de divulgação de diferentes cinematografias que decorre ao longo do ano em galerias de arte e centros culturais da capital alemã, com o objetivo de envolver “comunidades locais a desfrutar de exibições de filmes em espaços alternativos” e em “ambientes informais e descontraídos”, como se lê na página do certame e na plataforma FilmFreeway que o acolhe.
Os prémios são distribuídos mensalmente em diferentes categorias, de melhor filme ou documentário, a melhor interpretação, melhor música ou melhor produção em ambiente escolar, e a escolha é feita pelo júri, na sequência de encontros e debates com o público.
A escolha de “Abandonados”, hoje comunicada à equipa do filme, realizou-se no âmbito das sessões realizadas em novembro no centro social da praça Helmholm e na galeria Luisa Calucci, no bairro de Schillerkiez, que envolveram o produtor e fotógrafo Michele Princigalli, a curadora Luisa Catucci, o especialista em media Igor Wolfango Schiaroli e o artista visual Filippo Gregoretti, segundo a página do festival.
A longa-metragem estreou-se nas salas portuguesas no passado mês de julho, depois de ter sido exibida pela RTP como série filmada, na versão longa, em dezembro do ano passado.
O filme e a série filmada, dirigidos por Francisco Manso, têm por referência o livro “Timor na II Guerra Mundial – Diário do Tenente Pires” (2007), do historiador António Monteiro Cardoso (1950-2016), e tem como fio condutor a vida do oficial português Manuel Pires, então administrador de Baucau, que tentou retirar o maior número possível de timorenses, portugueses e australianos do território, face à entrada das forças japonesas e à ocupação durante o conflito.
Estima-se que, durante a invasão e a ocupação de Timor-leste, tenham morrido entre 50.000 e 70.000, por causa da guerra, da fome, das doenças e dos trabalhos forçados a que foram obrigadas.
O elenco conta com os atores Marco Delgado, que desempenha o papel do tenente Manuel Pires, Maya Booth, António Pedro Cerdeira, Soraia Tavares, Elmano Sancho, Luís Esparteiro, Virgílio Castelo, Joaquim Nicolau, Vítor Norte, José de Abreu e Chico Diaz, além de atores e figurantes timorenses, japoneses e chineses.
Francisco Manso é autor de várias produções para cinema e televisão, como “O testamento do senhor Nepomuceno” (1997), “Assalto ao Santa Maria” (2010), “O Cônsul de Bordéus” (2011) e “O nosso cônsul em Havana” (2019).
MAG (SS/ASP) // PSC
Lusa/Fim
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