Em comunicado enviado à agência Lusa, a ANGF explica que adiou o protesto que estava agendado, “pelo menos”, em 20 localidades de Portugal continental e nos Açores, devido à “realidade e aos números” da pandemia, que têm “piorado” nos últimos dias.
“Apesar de estarmos a ser injustiçados e discriminados, queremos em primeiro lugar proteger os nossos concidadãos. Não queremos pôr em risco ninguém”, lê-se no documento.
A ANGF alerta, no entanto, que os agentes tauromáquicos não vão ficar “parados”, à espera de que a “ditadura do gosto” seja “ilegalmente imposta” pelo Governo.
“Assim e, não restando outra alternativa, reagiremos pelos meios judiciais tidos por adequados à proteção intransigente da nossa causa – cultura – pelo modo mais eficaz e célere, no cumprimento escrupuloso da lei, bem como na defesa da sua justa aplicação. E não vamos ficar por aqui”, acrescenta.
Face aos números de novas infeções com o vírus da covid-19 que as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo apresentam nesta altura, a ANGF decidiu “alterar a data” do protesto, para “um dia o mais próximo possível”.
“Os portugueses contam connosco para lutar por esta expressão cultural tão nossa, tão portuguesa. Mas também contam connosco no combate à pandemia, desde o início e até ao fim. E o Governo, para além da nossa solidariedade no combate à pandemia, conta com a nossa luta pela forma discriminatória como a tauromaquia tem sido tratada”, lê-se no comunicado.
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) e a Inspecção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) já apresentaram as medidas para a reabertura das praças de toiros, no âmbito da pandemia da covid-19, mas o setor tauromáquico continua descontente com o plano traçado, principalmente, com as lotações estipuladas para a realização dos espetáculos.
Portugal regista hoje mais três mortos relacionados com a covid-19 do que na terça-feira e mais 367 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.543 mortes relacionadas com a covid-19 e 40.104 casos confirmados desde o início da pandemia.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 17.527 casos confirmados, mais 302 do que na terça-feira, o que corresponde a 82% dos novos contágios.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é agora a que tem maior número de infeções (17.527) e a segunda com maior número de óbitos (449).
O Norte regista 17.339 infeções e 814 mortos, o Centro 4.042 casos confirmados e 248 óbitos, o Algarve 15 mortos e 552 pessoas infetadas e o Alentejo dois mortos e 406 pessoas com covid-19.
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