A mostra, que será a segunda exposição temporária da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, em 2020, contará com as experiências fotográficas que o cineasta português fez entre as décadas de 1930 e 1940.
“Conquanto apenas uma parcela muito residual destas imagens tenha sido publicamente apresentada à época, e muito embora também o realizador tenha rapidamente abandonado esta via, a verdade é que a relação destas experiências em fotografia com a sua produção fílmica está totalmente por avaliar”, lê-se no dossiê da Fundação de Serralves, sobre a programação para este ano.
Paralelamente será editado um catálogo e projetado o ciclo de cinema “Manoel de Oliveira Fotógrafo”, cujo objetivo -- descreve Serralves -- é permitir, decorridos mais de setenta anos, “trazer novamente a luz estas imagens esquecidas”.
Além desta exposição, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira conta com outras mostras, conferências, ciclos de cinema e atividades ligadas aos programas educativos desta instituição cultural, que tem como compromisso “promover o diálogo entre diferentes entendimentos do cinema e o confronto entre as artes, estabelecendo, ao mesmo tempo, pontes com as inquietações políticas e sociais que marcam a atualidade”, conforme se lê em comunicado.
De fevereiro a junho estará patente, pela primeira vez em Portugal, o trabalho do artista norte-americano Arthur Jafa, numa exposição concebida em parceria com o Museu de Serralves.
“Jafa tem desenvolvido um trabalho multifacetado sobre a montagem, o ritmo e a análise iconográfica e iconológica de imagens vídeo retiradas, muitas vezes do ‘YouTube’, como acontece na peça ‘Love is the Message’, ‘The Message is Death’, que será exposta na Casa do Cinema”, descrevem os organizadores.
Soma-se o ciclo de cinema "Black Visual Intonation", que “descreve a vibração específica das manifestações culturais da negritude nos Estados Unidos da América, através de um programa com a obra fílmica do artista, posta em diálogo com outros filmes”.
Já a terceira exposição temporária da Casa do Cinema de Manoel de Oliveira, projeto do arquiteto Álvaro Siza, inaugurado em junho do ano passado, coloca em destaque o realizador e escritor Alexander Kluge.
Naquela que será a primeira exposição em Portugal sobre o cineasta alemão, serão apresentadas obras inéditas, “especialmente concebidas para Serralves”, num modelo de “grande retrospetiva” da sua obra, e será publicado um volume com ensaios inéditos sobre o “trabalho multifacetado” de Kluge que, “além de realizador, é hoje um dos mais originais pensadores da história recente, e autor de uma ampla produção teórica”, descreve Serralves.
Alexander Kluge foi publicado em Portugal, pela primeira vez, no passado mês de julho, pela BCF Editores, com o primeiro volume de "Crónica dos Sentimentos" ("Histórias de Base"), que vai reunir a obra literária do cineasta.
Na altura, a Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, dedicou um dia da programação ao cinema de Kluge, com a exibição de "Despedida de Ontem", obra pioneira do Cinema Novo alemão, e uma montagem inédita de "O Formato das Micrometragens", revista pelo realizador para a ocasião.
Já da programação regular da Casa do Cinema, constam ciclos e programas como o Fast&Furious ou o regresso do Fim de Semana da Animação, bem como a segunda edição da rubrica "Estetoscópio".
“A reflexão continuará a ocupar um lugar central nas atividades da Casa do Cinema apresentando um amplo conjunto de conferências, dirigidas a todos os públicos. Pensadas em diálogo com as exposições e com toda a restante programação, as conferências confirmam a educação como uma das linhas estratégicas da Casa do Cinema, num ano em que continuará uma intensa atividade editorial e uma estimulante oferta de programas educativos especificamente delineados para diferentes faixas etárias”, conclui a nota enviada à imprensa.
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