O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, anunciou esta medida em setembro, sublinhando que a utilização de método contracetivos está “em declínio” entre as mulheres jovens e que “o primeiro motivo” são as “razões financeiras”.
“Entre os 18 e os 25 anos, as mulheres são muito vulneráveis porque perdem muitos direitos em comparação a quando eram menores, tendo ainda uma situação economicamente muito precária”, disse a porta-voz da associação feminista francesa En avant toutes, Louise Delavier, à agência de notícias AFP.
Os métodos contracetivos para menores já são gratuitos em França.
De acordo com o Ministério da Saúde, estes cuidados serão cobertos a 100%: uma consulta por ano com médico ou parteira, os respetivos exames relacionados, bem como os próprios contracetivos – pílulas, implantes, DIU, diafragmas e contraceção hormonal de emergência.
Entretanto, para Leslie Fonquerne, socióloga especializada em questões de género, “essa medida de forma alguma resolve o desequilíbrio da carga da contraceção entre mulheres e homens”.
O argumento é partilhado por Sarah Durocher, copresidente do movimento Planeamento Familiar, que faz campanha pela “educação sexual para todos os géneros”.
“A educação sexual é a chave para permitir que as pessoas conheçam os seus direitos e saibam onde os obter, seja em questões de contraceção, aborto, violência ou consentimento”, disse Sarah Durocher.
A classificação do Fórum Parlamentar Europeu para os Direitos Sexuais e Reprodutivos (EPF) – que avalia “o acesso à contraceção moderna, eficaz e acessível” na Europa – coloca a França em segundo lugar no seu Atlas de Contraceção 2020 (atrás da Bélgica).
A Polónia continua a ser o pior país da Europa nesta questão.
“Embora quase 60% das mulheres europeias em idade fértil usem alguma forma de contraceção, 35% das gravidezes na Europa são consideradas não planeadas”, segundo o Fórum.
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