“Uma residência privada adquirida pelo senhor Denis Christel Sassou Nguesso foi apreendida em junho”, confirmaram as autoridades judiciais, acrescentando que o filho do Presidente do Congo “não está sob investigação neste momento”.
O edifício, comprado em 2009 por 5,2 milhões de euros e renovado por 5,4 milhões de euros, é “inquestionavelmente” habitado por Denis Christel Sassou Nguesso e sua família, de acordo com uma ordem do tribunal criminal datada de 20 de junho, segundo informação divulgada pelo site de informação Mediapart.
Um dos titulares da empresa imobiliária (SCI), proprietária do edifício, é o chefe do protocolo e “um dos pais” do ministro congolês, disse o Gabinete Central para o Combate a Crimes Financeiros Graves (OCRGDF), que está encarregado das investigações, citado pela Mediapart.
“Estou indignado que a França, com o seu passado como grande potência colonial, procure agora a responsabilidade dos líderes africanos”, criticou, por seu lado, o advogado de Sassou Nguesso, Jean-Jacques Neuer, citado pela agência France-Presse.
“Muitos ganhos ilícitos estão nas mãos da França e pertencem aos africanos”, acrescentou.
Na sequência de uma queixa da organização não-governamental Transparência Internacional, em 2007, juízes anticorrupção em Paris estão a investigar suspeitas de desvio de fundos públicos que permitiram aos Nguesso e à família Bongo, que dirige o Gabão, adquirir bens consideráveis em França.
O nome de Denis Christel, conhecido como “Kiki, The Oilman” (‘o homem do petróleo’), é mencionado várias vezes neste caso, particularmente pelo seu “estilo de vida extravagante”, de acordo com um documento das autoridades de 2019.
“A quantidade de bens apreendidos é certamente apenas a face muito modesta de um oceano de desvio de fundos, mas Denis Christel Sassou Nguesso é um ator importante”, disse William Bourdon, advogado da organização.
“Face às provas acumuladas, a sua negação é patética e insultuosa para os juízes e para a França”, acrescentou.
Pelo menos cinco membros da família Nguesso foram investigados desde 2017 neste caso.
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