Duas semanas depois de ser condenado à prisão por corrupção, Sarkozy é agora julgado sob a acusação de “financiamento ilegal de campanha”.
No entanto, refere a agência noticiosa France-Presse (AFP), há uma forte possibilidade de o julgamento ser adiado, uma vez que o advogado de Jérôme Lavrilleux, um dos 13 corréus, está hospitalizado, tendo sido feito um pedido de adiamento do julgamento.
Jérôme Lavrilleux, ex-diretor adjunto da campanha de Sarkozy, foi o primeiro a confessar ter participado num vasto golpe com base em faturas falsas, despesas desvalorizadas e despesas voluntariamente omitidas das contas submetidas ao controlo final. Sem advogado, chegou ao tribunal sem ninguém o cumprimentar, notou a AFP.
Os advogados dos 14 réus — antigos executivos da Bygmalion e membros da União para um Movimento Popular (UMP, atual Os Republicanos, conservador) – juntaram-se ao pedido de adiamento face à ausência de um deles, tudo indicando que o Ministério Público, refere a AFP, não se deverá opor.
Nesse caso, o julgamento deverá ser adiado para maio.
Sarkozy, afastado da política desde 2016, continua muito popular e muito apoiado à direita, onde nenhuma figura se tem destacado para representar os republicanos conservadores nas urnas.
Embora visto por alguma direita como um possível candidato às eleições presidenciais de 2022, o ex-Presidente francês foi, a 01 deste mês, condenado a três anos de prisão, um dos quais efetivo, por corrupção e tráfico de influência no chamado ‘Caso das Escutas”.
No novo julgamento, Sarkozy enfrenta uma pena de até um ano de prisão e uma multa de 3.750 euros por “financiamento ilegal da campanha eleitoral”.
O ex-Presidente francês já afirmou, entretanto, que só comparecerá às audiências quando ele próprio for visado.
Ao contrário dos coarguidos, acusados nomeadamente de fraude ou cumplicidade, Sarkozy não é responsabilizado pelo sistema de faturas falsas, imaginado para ocultar os gastos excessivos da campanha.
Mas, segundo a acusação, Sarkozy deixou escapar despesas apesar de vários alertas claros sobre os riscos de ultrapassar o limite e beneficiou, “sem dúvida”, com a fraude, que lhe permitiu ter “meios [financeiros] muito maiores” do que os autorizados pela lei — utilizou pelo menos 42,8 milhões de euros, quase o dobro do teto legal à época (22,5 milhões de euros).
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