Tem 31 anos, foi autarca na assembleia de freguesia de Carnide, em Lisboa, e é presidente da Juventude Popular desde 2015. Em janeiro de 2018 a revista Forbes colocou-o na lista dos 30 jovens mais influentes da Europa ("30 under 30 - Law&Policy 2018”).
Agora, Chicão, como o tratam quase todos, quer assumir a liderança do CDS e voltar a aproximar o partido do portugueses. Nas suas palavras, quer que "o CDS volte a preencher o espaço da direita democrática em Portugal, onde não há espaço para crescimento de outra forças que querem concorrer connosco na mesma área política".
Francisco Rodrigues dos Santos é líder da Juventude Popular. Amanhã será líder do CDS-PP?
Eu espero ser líder do CDS-PP se os militantes me confiarem essa responsabilidade. A nossa moção parte de um princípio básico, é que um partido constrói-se de baixo para cima, com o povo CDS, dando-lhe voz para que se pronuncie sobre as grandes decisões que implicam no futuro do CDS. Se os militantes me quiserem honrar com esse desígnio, eu sentir-me-ei bastante realizado e tudo farei para cumprir o mandato de forma a recuperar a relevância política do CDS em Portugal.
Se for eleito, o que muda no CDS?
Em primeiro lugar, muda este clima de divisão que tem sido preconizado por esta profusão de candidaturas. Quero um CDS que toque a rebate, que caminhe todo para o mesmo lado, que possa colocar o alvo no partido socialista e na construção da raiz da alternativa ao socialismo em Portugal, isso é fundamental. Depois, um partido que é capaz de se renovar, abrir espaço a protagonistas de todas as idades para surpreender os nossos eleitores, dar uma nova esperança ao CDS e imprimir-lhe alguma eletricidade, uma genica, uma vibração no discurso do partido, que acho que é o que as pessoas estão à espera. Depois, um partido reestruturado, que faz uma transição digital e encontra novas formas de interagir diretamente com os nossos eleitores. Virado também para as eleições autárquicas, onde queremos reforçar a nossa malha na implantação local, e um partido que falará a linguagem dos portugueses e apresentará soluções claras e transparentes para os seus problemas. Um partido que se reposiciona, que volta a preencher o espaço da direita democrática em Portugal, e que se afirma como líder da direita, onde não há espaço para crescimento de outras forças que querem concorrer connosco na mesma área política.
Isso significa que, no caso de ser vencedor, trabalhará ou incluirá nas listas, por exemplo, os quatro candidatos perdedores?
O nosso projeto está aberto à participação coletiva do partido, na medida em que todos aqueles que se reveem nestas ideias podem subscrevas e fazer parte do nosso projeto para o CDS e ser uma das figuras que amanhã vai liderar o partido. Se houver esta aceitação tácita do nosso caderno de encargos, todos aqueles que se quiserem juntar e vierem por bem, serão acolhidos nesta solução de liderança para o CDS. Como ainda não fiz listas, espero que depois de ser a moção mais votada, abrir espaço para compô-las com todas as pessoas que, estando até noutras candidaturas, não abandonem o partido e queiram desafiar a esquerda em Portugal e travar essa batalha cultural.
O PSD será sempre o aliado principal do CDS em eventuais coligações?
Antes de falarmos de alianças e política de parceria com ouras forças políticas, o CDS tem de se afirmar por si próprio, e neste momento esse tem de ser o nosso foco. Somos um partido que vale 4.2% dos votos, neste momento precisamos de nos capacitar do discurso, das figuras e do posicionamento necessário para ganharmos uma nova vida e um novo fulgor em Portugal, e só depois creio que fará sentido começar a lançar as bases para uma maioria de centro-direita em 2023, ou antes, se houver uma antecipação do calendário eleitoral.
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