“Estamos à espera que o Governo caia do pedestal da maioria absoluta que o leva impor medidas de empobrecimento ao país e, neste caso concreto, aos trabalhadores da Administração Pública, e que se sente à mesa (…) a negociar a resposta ao aumento do custo de vida”, disse à Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.
Sebastião Santana falava à margem de uma iniciativa da Frente Comum e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), junto à Escola Básica Marquesa de Alorna, em Lisboa.
Sobre à adesão à greve, o dirigente sindical garantiu ser difícil antecipar percentagens.
“Não temos interesse nenhum entrar na batalha de números, em que nós dizemos que é superior a 80% – e é seguramente – para o Governo vir dizer a seguir que são 20%. O que é da nossa constatação, e qualquer português pode constatar, é que hoje na administração pública é difícil encontrar um serviço que esteja a funcionar em pleno e, portanto, é uma enorme greve dos trabalhadores da administração pública”, observou.
Também a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP-IN), Isabel Camarinha, disse que a greve é reveladora do descontentamento dos trabalhadores e da “falta de respostas”.
“Não é inevitável esta situação que estamos a viver, porque há todas as condições para haver um aumento geral dos salários e das pensões, para combater este brutal aumento do custo de vida com o controlo de preços para taxar os lucros de milhares de milhões de euros que as grandes e grupos económicos nesta situação estão a ter. Portanto, há todas as condições para mudar”, sustentou.
Para sábado está prevista a realização de uma manifestação nacional, em Lisboa, promovida pela CGTP, pelo aumento geral dos salários e das pensões face à subida do custo de vida.
Os trabalhadores da administração pública estão hoje em greve nacional por aumentos salariais imediatos face à subida do custo de vida.
Os efeitos da greve começaram a sentir-se na noite de quinta-feira, nos hospitais e na recolha do lixo, uma vez que a paralisação teve início nos turnos destes trabalhadores.
Hoje, a greve está a afetar serviços da educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias, mas também áreas com menor visibilidade por não terem atendimento ao público, como centros de processamento ou serviços centrais.
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