Antecipando o Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozono, que se assinala no sábado, a Zero refere que em 2016 só foram tratadas em Portugal “28,3 toneladas de gases de refrigeração das 308 toneladas destes gases que estão nos resíduos dos equipamentos de frio como frigoríficos, arcas congeladoras ou ares condicionados”, ou seja, apenas 9,1 por cento.
Em relação à recolha destes equipamentos, só 23,8% das 31.354 toneladas postas no mercado entre 2013 e 2015 foram recolhidas e tratadas.
“Não se sabe onde param 76% destes resíduos, o que é inconcebível face ao impacto na atmosfera que estes resíduos podem causar”, considera.
Citando números do princípio desta semana registados pela agência espacial norte-americana, a Zero afirma que o buraco na camada de ozono que protege a terra da radiação ultravioleta do Sol atinge 20 milhões de quilómetros quadrados, mais dois milhões do que na mesma altura do ano passado.
Além da recolha escassa, 45% dos equipamentos são recolhidos sem os compressores, o que a Zero atribui a um possível “esquema generalizado de roubo dos compressores para venda no mercado paralelo face ao seu elevado conteúdo em cobre”.
No resto da União Europeia a meta vigente para recolha destes resíduos é de 45% e está a ser cumprida, afirma a associação, que conclui que as entidades que a gerem e o Ministério do Ambiente “não estão a dar a devida atenção” ao assunto.
Para mudar o panorama, sugere que as entidades que recolhem os equipamentos de frio paguem mais pelos que ainda têm o sistema de refrigeração intacto, para “desincentivar os desvios ‘internos’ de componentes como os compressores”.
Quer ainda que os agentes que gerem estes resíduos, como autarquias e empresas de tratamento, sejam alvo de um programa de fiscalização “de forma a se perceber para onde é que estão a ir os cerca de 76% de equipamentos de frio desaparecidos, assim como os compressores”.
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