"São fundos que estarão disponíveis a partir de segunda-feira", declarou em conferência de imprensa o administrador-delegado da sociedade que foi apontada como culpada da queda da ponte pelo Governo, Giovanni Castellucci.
A soma de 500 milhões de euros abrange um fundo de "milhões de euros" para os familiares das vítimas mortais, número hoje estimado em 43, e "dezenas de milhões de euros" geridos pela autarquia da cidade portuária para realojar os habitantes de casas que estavam por baixo da ponte Morandi, que caiu na terça-feira, e ficaram afetadas pelos escombros.
"Temos um projeto que permite, em oito meses, entre demolição e reconstrução, ter uma nova ponte", garantiu o responsável, especificando que aquele prazo se inicia a partir da autorização da proposta pelas autoridades.
A empresa também vai obter "em tempo recorde" uma alternativa para os veículos pesados, perto do porto marítimo e, para facilitar a mobilidade na cidade, as autoestradas na zona de Génova deixam de ser pagas a partir de segunda-feira.
Giovanni Castellucci e Fabio Cerchiai, presidente da empresa que gere cerca de metade dos seis mil quilómetros de autoestrada do país, escusaram-se a falar acerca dos seus relatórios para o Governo, que iniciou na sexta-feira um procedimento para revogar a concessão do troço da ponte.
"Era uma ponte muito particular, mas considerada segura por todos aqueles que a examinaram.
Alguma coisa se passou e cabe à justiça dizer o quê", explicou Giovanni Castellucci.
Não avançou possíveis causas para a queda da ponte Morandi, explicando que a empresa não teve acesso ao local e que a forte chuva que caia no momento do acidente escondeu as imagens da câmara de vigilância.
"Sabemos que devemos e podemos dar e fazer muito por Génova, e estamos determinados a fazê-lo com humildade, consistência e sentido de responsabilidade", insistiu o responsável, depois de ter iniciado a conferência de imprensa apresentando condolências de toda a empresa aos familiares das vítimas e à cidade.
Os dois dirigentes, a quem os líderes do Governo apelaram para se demitirem rapidamente, salientaram que, para já, vão manter-se nas suas funções.
Na quinta-feira, o procurador da cidade italiana de Génova, Francesco Cozzi, admitiu que poderão existir 10 a 20 pessoas ainda soterradas nos escombros.
O Governo de Itália já admitiu que será “inevitável” que o número de mortos aumente à medida que os trabalhos de resgate prosseguem no terreno.
Entre os 15 feridos contabilizados, 10 ainda permaneciam hospitalizados na sexta-feira, dos quais seis em estado grave.
O executivo italiano exigiu a demissão da direção da empresa Autostrade per l’Italia, filial da Atlantia e responsável pela gestão da ponte Morandi, bem como atribuiu parte da responsabilidade da tragédia às restrições orçamentais impostas pela União Europeia (UE).
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