Intitulado “A importância das empresas familiares na economia. A mesma paixão, diferentes caminhos”, o estudo foi realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC) em 21 países, incluindo Portugal, e explora “os diferentes caminhos que os membros da próxima geração estão a seguir na busca pela sua paixão e na construção de carreiras de sucesso, dentro e fora das empresas familiares”.
“Refletir sobre estas diferentes vias pode servir de motivação e encorajar novas formas de pensar acerca do que é realmente possível para a próxima geração. De igual forma, a atual geração, sabendo onde se encontra a paixão dos seus descendentes e os diferentes trilhos por onde esta os pode levar, é crítica quanto à ajuda que lhes pode dar na construção do seu futuro e à liberdade de os deixar seguir o seu próprio caminho”, conclui o trabalho.
Sustentando que “o atual cenário, em constante mudança, está a criar tantas oportunidades de sucesso como desafios” à gestão das empresas familiares, a PwC nota que muitas destas unidades “dispõem de programas sofisticados de formação e experiência profissional para os seus membros da próxima geração”, mas adverte serem “poucas as que reconhecem que o desenvolvimento da próxima geração tem de ser acompanhado por uma mudança e uma adaptação em paralelo pela empresa”.
“Isto significa que a atual geração tem de mudar e se adaptar, quer para criar possibilidades de mudança no negócio, quer para a próxima geração ter a liberdade de escolher o caminho que melhor se adequa ao seu futuro”, considera, salientando que “a atual e a próxima gerações têm de chegar a um entendimento sobre o que significa o ‘sucesso’, do ponto de vista do negócio e da família”.
“Uma vez escolhido ou identificado o caminho – acrescenta - este deve ser planeado recorrendo aos pontos de referência e mecanismos de controlo apropriados, para garantir que as metas estão a ser cumpridas”.
E, sustenta o estudo, “se por acaso esse caminho levar a um destino fora da empresa, isso não tem necessariamente de ser encarado como um ‘falhanço’”, mas eventualmente – “desde que esteja perfeitamente compreendido e comunicado a todas as partes interessadas” - como “uma experiência enriquecedora para o membro da próxima geração e para o negócio da família”, que leve “a outro tipo de ‘história de sucesso’ e ao nascimento de uma nova empresa familiar”.
A este propósito, a PwC destaca a importância da área da transformação digital, que considera não poder “ser ignorada”, mas que é “uma matéria ainda algo ensombrada pelas barreiras geracionais”.
“Os membros da próxima geração estão entusiasmados por poderem resolver estes problemas, mas têm geralmente de fazê-lo a um ritmo que os deixa desconfortáveis. Contudo, quer eles, quer as suas empresas, teriam muito a ganhar em termos de preparação para os desafios futuros”, sustenta.
É que, adverte, “todas as empresas, familiares ou de outra natureza, precisam de lidar com o desafio do digital” e “mesmo setores que podem julgar-se imunes, não o serão durante muito mais tempo”.
“Os membros da próxima geração que estejam atualmente menos envolvidos nesta área devem perguntar-se a si próprios o que mais podem as suas empresas fazer e que papel é que podem desempenhar para superar este desafio. A atual geração deve criar espaço para poder enfrentar os desafios digitais”, refere o trabalho.
Apontando como “desafio para a atual geração” das empresas familiares “conseguir preparar, equipar e apoiar a próxima geração para que esta seja bem-sucedida, qualquer que seja o caminho (ou caminhos) que esta venha a escolher”, a PwC conclui que “o desenvolvimento da próxima geração deve ser direcionado para a criação de opções que lhe permitam seguir a sua paixão no futuro”.
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