“Assistimos a confrontos violentos e preocupantes durante os protestos em Nova Iorque. Todos vimos os vídeos e vou pedir à procuradora geral do Estado, Laetitia James, que investigue as ações e os procedimentos usados”, disse Cuomo em conferência de imprensa.
O governador sublinhou que “o público merece respostas e responsabilização”, adiantando que depois de ter falado com o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, concordaram na necessidade de uma “investigação independente” dos acontecimentos.
Na origem dos protestos de Nova Iorque está a morte às mãos da polícia de Minneapolis, estado do Minesota, na segunda-feira, de George Floyd, um cidadão negro que estava desarmado e não ofereceu resistência à detenção.
A contestação, que começou nas ruas de Minneapolis, foi replicada em cidades de todo o país, e na sexta-feira, em Nova Iorque, cerca de 3.000 pessoas saíram à rua para exigir justiça pela morte de Floyd.
Cerca de 200 pessoas foram detidas, principalmente em manifestações no bairro de Brooklyn, e cerca de uma dúzia de polícias, bem como vários manifestantes, ficaram feridos, alguns com gravidade.
Vídeos colocados nas redes sociais mostram uso de força excessiva contra manifestantes pacíficos, incluindo uma mulher que ficou feriada na cabeça após um empurrão violento e aparentemente injustificado por um dos agentes da polícia.
Com novos protestos previstos em várias áreas de Nova Iorque este sábado, Cuomo insistiu que “a violência não é a resposta, nunca é”, recordando as palavras do icónico ativista Martin Luther King: “Responder ao ódio com ódio apenas multiplica o ódio”.
A conferência de imprensa de Cuomo aconteceu pouco depois de o comissário da Polícia de Nova Iorque Dermot Shea ter defendido as ações dos agentes e ter afirmado que a polícia tinha sido atacada em várias ocasiões pelos manifestantes, que, segundo disse, atiraram tijolos e “cocktails” Molotov, um dos quais atingiu uma carrinha da polícia com agentes no interior.
“Temos sorte de não haver mortes hoje”, disse.
O primeiro protesto de sexta-feira teve lugar na Praça Foley, em Manhattan, mas as ações mais violentas ocorreram em Brooklyn, onde um carro da polícia foi queimado e uma esquadra danificada.
Viveram-se vários momentos de grande tensão com cargas policiais e uso de gás lacrimogéneo.
Durante os protestos, as palavras “não consigo respirar” – que Floyd disse ao polícia que lhe colocou o joelho no pescoço – foram repetidas insistentemente pelos manifestantes, que exigiram justiça para o também afro-americano Eric Garner, que morreu em Nova Iorque, em julho de 2014, durante outra operação policial.
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