Em comunicado, o gabinete da secretária de Estado da Igualdade, Isabel Rodrigues, explica que o pedido surge “tendo em conta o impacto que as notícias recentes sobre abusos sexuais de crianças têm nas vítimas desta forma de abuso”.
“A secretária de Estado da Igualdade, Isabel Rodrigues, apela a que todas as notícias difundidas sobre violência sexual sejam acompanhadas da divulgação de contactos de associações de apoio especializado às vítimas de violência sexual”, lê-se no comunicado.
Acrescenta que a governante “tem estado em contacto diário com as organizações especializadas em violência sexual” e dá conta de que “os relatos sobre os impactos das notícias dos últimos dias têm sido preocupantes”.
“Os relatos sobre abusos confrontam as vítimas de violência sexual com as suas próprias histórias de abuso, desencadeando altos níveis de ansiedade e angústia e situações de crise”, alertou.
Nesse sentido, Isabel Rodrigues “apela à consciencialização social e sublinha ser imprescindível nesta fase garantir que, ao mesmo tempo da divulgação de notícias sobre o tema, sejam divulgados contactos de organizações de apoio a vítimas de violência sexual”.
O apelo do Governo vai no mesmo sentido do pedido feito na quinta-feira pela associação “Quebrar o Silêncio”, de apoio a homens vítimas de violência sexual, que pedia que nas notícias sobre abusos sexuais fossem incluídos os contactos das três associações que prestam apoio a estas vítimas e denunciava o impacto das notícias mais recentes, sobre os abusos sexuais no seio da Igreja Católica, sobre os sobreviventes.
Segundo o presidente desta associação, desde que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal divulgou publicamente, na segunda-feira, o seu relatório final, cinco vítimas contactaram a associação, todas relacionadas com os abusos sexuais na Igreja.
As associações que prestam apoio a vítimas de violência sexual são a Quebrar o Silêncio (910 846 589/apoio@quebrarosilencio.pt), a Associação de Mulheres contra a Violência (213 802 165/ca@amcv.org.pt) ou a UMAR (914 736 078 / eir.centro@gmail.com).
O relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja recebeu 512 testemunhos validados, o que permitiu a extrapolação para a existência de, pelo menos, 4.815 vítimas, tendo sido enviados 25 casos para Ministério Público.
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