“O Governo leva a questão da peste suína africana muito a sério. É uma questão que consideramos de grande prioridade política, por isso, estamos a atuar preventivamente”, assegurou o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, à Lusa, no final da apresentação do plano, em Lisboa.
Apesar de Portugal estar, atualmente, na chamada “zona livre”, existe o risco de entrada desta doença, tendo em conta a facilidade da sua disseminação.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o risco de introdução da peste está associado a fatores como a entrada de suínos domésticos e selvagens infetados, de produtos e troféus de caça contaminados, bem como o contacto com alimentos ou outros materiais contaminados, de que são exemplo viaturas, vestuário e equipamentos.
O primeiro eixo deste plano de ação que entra hoje em vigor inclui um conjunto de medidas preventivas que passam pela comunicação e sensibilização, reforço da biossegurança, da vigilância e da deteção precoce, pela redução das populações de javalis e pelo incremento dos controlos oficiais.
No âmbito da comunicação, prevê o reforço do número de ‘outdoors’ informativos e a difusão de um ‘spot’ televisivo, bem como a conceção de outros materiais de divulgação, enquanto no reforço da biossegurança está prevista a atualização do manual de boas-práticas higio-sanitárias da caça maior e o aumento das ações de fiscalização da limpeza e desinfeção de veículos.
Por sua vez, este conjunto de medidas contempla o reforço da vigilância nos matadouros e do plano de vigilância sanitária da caça maior.
No que se refere a redução das populações de javalis, o objetivo é realizar um censo nacional, registar queixas e avaliação de prejuízos do “fenómeno dos javalis sinantropos” e implementar um plano de correção da densidade das populações destes animais.
Por último, o Governo quer incrementar os controlos oficiais, por exemplo, através da manutenção e reforço das medidas preventivas nos aeroportos, dos controlos nos postos de limpeza e desinfeção de veículos, da fiscalização dos produtos de caça comercializados com a restauração e do aumento do controlo dos locais de preparação de caça.
Já o segundo eixo dedicado à preparação para a contingência, contempla o reforço da preparação dos serviços oficiais e peritos para responderem atempadamente em caso da deteção da peste suína e o desenvolvimento de uma plataforma informática de apoio aos planos de contingência.
“Aquilo que estamos a fazer é atuar preventivamente. Todos podemos contribuir para a prevenção, desde criadores, cidadãos, comerciantes a autoridades”, acrescentou Capoulas Santos.
O governante avançou ainda que este plano é para decorrer entre 2019 e 2021, desejando que não seja necessária uma nova fase.
“A matéria é ainda mais importante neste momento, quando o setor suinícola está a conhecer um bom momento, quando estamos a abrir mercados como é o caso do mercado chinês. Se tivermos a infelicidade da doença entrar aqui isso vai-nos impedir de exportar, o que pode provocar um desastre muito grande”, vincou.
A PSA esteve em Portugal durante 30 anos, tendo sido erradicada em 1996. O último foco foi detetado em 1999, mas foi de seguida erradicado.
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