A apresentação é feita hoje, na Câmara Municipal do Porto, pelo primeiro-ministro, António Costa, e pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, naquela que é a primeira aparição pública da sucessora de Luís Filipe Castro Mendes na tutela, contando também com a presença do presidente da autarquia, Rui Moreira, e da presidente da Fundação de Serralves, Ana Pinho.
Em comunicado, na segunda-feira, a Câmara Municipal do Porto referia que as três partes iriam apresentar “os detalhes dos acordos relativos ao destino da chamada Coleção Miró”, enquanto o Governo mencionou os “termos dos acordos de cedência” do conjunto de obras.
Em dezembro de 2015, o primeiro ministro da Cultura do atual Governo, João Soares, disse ter proposto à Fundação de Serralves que a primeira exposição das obras do catalão Joan Miró provenientes do antigo BPN se realizasse naquele espaço.
Depois de, já em julho de 2016, Rui Moreira ter declarado que o Porto tinha condições para receber a coleção, dois meses mais tarde António Costa confirma que o conjunto de peças do artista catalão iria ficar mesmo na cidade.
"O Governo já tomou a decisão de fixar definitivamente na cidade do Porto a famosa coleção dos quadros de Miró de forma a que o Porto possa ter um novo polo de atratividade que ajude a consolidar e a reforçar a que tem tido ao longo dos últimos anos", afirmou António Costa.
O presidente da Câmara do Porto revelou, dias depois do anúncio do primeiro-ministro, que o espaço para acolher a coleção Miró seria a Casa de Serralves, onde já estava patente no âmbito da exposição “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”.
“Depois de uma prudente ponderação, entendi que esta coleção notável, coerente e indissolúvel, agora sob a tutela da Câmara Municipal do Porto, não poderia, de momento, ficar em melhor lugar do que aqui na Casa de Serralves. Com a pronta concordância da fundação, posso agora revelar que este novo polo cultural do município ficará instalado nesta casa maravilhosa e queria também dizer que o senhor arquiteto Siza Vieira já aceitou o encargo de transformar esta casa de tal forma a que a coleção possa ficar aqui de forma permanente”, declarou Moreira, na altura.
Segundo Rui Moreira, em outubro de 2016, o acordo com a Fundação de Serralves previa “a presença da fundação no futuro do Matadouro, em Campanhã, que a autarquia vai transformar num centro de desenvolvimento cultural, social e económico”.
No relatório com as contas da autarquia para 2016, o presidente da câmara destacava, entre os projetos lançados, “a conceção do Museu Miró, sustentado na coleção que o Porto conquistou e de que a Câmara do Porto se responsabilizou, em parceria com a Fundação de Serralves”.
Já no final do ano passado, a Câmara do Porto disse que assumiria os encargos com manutenção e seguros da coleção.
A coleção de Joan Miró em causa inclui um total de 85 obras, datadas entre 1924 e 1981, nas quais se encontram desenhos e outras obras sobre papel, pinturas (com suportes distintos), além de seis tapeçarias de 1973, uma escultura, colagens, uma obra da série “Telas queimadas” e várias pinturas murais.
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